Temos momento importante para o varejo vindo a Black Friday. Mas, diante do que acompanho do mercado, espero data bem diferente dos anos anteriores. Nas últimas datas comerciais, vimos mudança considerável no perfil de compras. Isso porque vivemos tempos diferentes e nos sentimos diferentes. Novos hábitos, de cinéfilo a agricultor de mini-horta, foram cultivados durante a pandemia. Todas essas novas formas de viver e ver o mundo se refletem em dados do varejo. No Dia dos Pais, por exemplo, tivemos movimento de vendas muito acima do esperado. As pessoas estão ansiosas por voltar a viver afeto social, então vimos que não só compramos presentes para nossos pais, mas para os avôs, padrinhos, entre outros.

Pude perceber também que produtos que usualmente não estão presentes nessa data se tornaram importantes. Utensílios de cozinha e joias (sim, joias!) foram bastante representativos. Jantares e viagens também chamaram atenção. Portanto, se você espera Black Friday concentrada em eletrônicos, repense, porque vai se surpreender. Claro que vários de nós passamos por condições econômicas complexas e precisamos, com isso, adequar presentes a essa realidade. A Black Friday é oportunidade de bom momento comercial, mas precisamos ter empatia e adequar a operação ao momento de vida dos nossos clientes. 

– Entenda o que é o seu cliente – sabemos que a taxa de desemprego é maior entre pessoas com menos anos de estudo, então, se você atende a esse público, deveria considerar como flexibilizar as condições de pagamento e, assim, abrir oportunidade para aumento do tíquete médio. 

– Conheça o contexto em que vai se dar a Black Friday deste ano – o País não vive momento de grande prosperidade financeira, portanto, facilite a compra de mais itens com descontos progressivos ou compre um e leve dois para ajudar a alavancar o consumo e a concentrar as compras na sua loja. 

– Treine o seu time – eles precisam entender os produtos e as aderências aos vários tipos de clientes. Quem vende, por exemplo, moda feminina, pode procurar na internet a previsão do tempo para a semana que antecede a Black Friday e quais roupas as celebridades estão usando no momento. Esses são conteúdos fundamentais para a conversão de visitas em compras. 

A tecnologia pode ajudar em todos esses itens. Sistemas inteligentes de CRM (Customer Relationship Management – Gestão de Relacionamento com o Cliente) conseguem ajudar a oferecer o produto certo à pessoa certa, impulsionar visitas à loja com conteúdos relevantes, ser assertivo nas promoções e não usar o mesmo método para todo mundo. Mas, entre não fazer nada e construir o estado da arte com tecnologia, comece.

Raphael Carvalho é CEO da plataforma Spot Metrics.

Palavra do leitor

(Im)previsibilidade

Para o pequeno comerciante, restaurantes e até construção civil ficou muito difícil estabelecer seus preços de venda – especialmente para contratos futuros, pois não se sabe quanto custará repor seu estoque. O preço dos combustíveis é o maior vilão. Para o caminhoneiro é difícil apurar seu preço, porque é impossível prever o custo para abastecer para o próximo frete contratado. Está disseminada na ‘Pátria amada’ a figura da ‘imprevisibilidade’. As relações comerciais perdem a solidez, não há segurança na perspectiva. Esta figura é até objeto de controvérsias no direito sobre cumprimento de contratações. Para piorar, é difícil prever o próximo ‘pronunciamento’ que vai sair do cercadinho do ‘capitão’ – direto para o mundo, e que certamente impacta em tudo.

Evaristo de Carvalho Neto
Santo André

Facilite!

Que a Metra, antes de implantar sofisticado sistema executivo de ônibus, facilite aos passageiros o seu direito de ir e vir. Por exemplo, quem embarca no terminal Santo André e pretende ir até o Jabaquara, tem que descer em Piraporinha ou Diadema e fazer baldeação, embarcando em outro ônibus. Considero isso desrespeito com os usuários, principalmente os que iniciam a viagem em Santo André sentados e, chegando em Piraporinha ou Diadema, correm o risco de embarcar em ônibus com os lugares já ocupados e, com isso, viajar de pé. Mas, já que a Metra está inovando, sugiro que crie linha executiva do Jabaquara a Santo André e vice-versa, para transportar passageiros exclusivamente sentados, e outra de Diadema até o Morumbi. A atual linha executiva em funcionamento é do terminal Santo André até a Praça Castelo Branco, em Diadema.

Arlindo Ligeirinho Ribeiro
Diadema

Possidônio

Parabenizo o vereador e amigo Ricardo Alvarez, de Santo André, pela ideia de homenagear, junto com a poetisa Dalila Teles Veras, o ilustrador, escritor e advogado Antônio Possidônio, com o qual sempre proseava na Livraria Alpharrabio. Conversando com o memorialista e também amigo Cezar Livio, surgiu a ideia mais sugestiva para que fosse dado o nome dele à Casa da Palavra, na Praça do Carmo, no Centro, porque é ali que está a nata da cultura – lida, falada e contada. Seria ideal, pelo merecimento dele, que dedicou a vida defendendo e escrevendo a saga dos trabalhadores metalúrgicos do Grande ABC, dos quais fui um deles. Tinha nele também um companheiro, que defendia nossos ideais. Portanto, ao meu ver, simples viaduto não representaria a sua grandeza. Mas respeito e elogio a iniciativa do vereador e da Dalila Teles.

João de Deus Martinez
Santo André

Estranho!

O que vem acontecendo na administração de São Bernardo desde que Orlando Morando assumiu a Prefeitura? Não passa uma semana que não apareçam casos inexplicáveis envolvendo verba pública. E a maior causa de tudo isso é que temos Câmara submissa ao prefeito e que diz ‘amém’ a todos os atos dele. Sugiro aos vereadores que abram CPI para investigar o caso nebuloso do contrato emergencial envolvendo a Emparsanco. Talvez assim encontrarão algum ‘coelho gordo’, talvez mais do que os R$ 400 milhões. Como prega velho ditado: ‘quem tem teto de vidro não deve jogar pedra no do vizinho, porque o próximo poderá ser o seu’. Só uma coisa digo nestes meus mais de 80 anos: nenhum merece o meu voto. E a cada eleição o número de votos brancos aumenta, porque os políticos já perderam a credibilidade. Única coisa que fazem é lotar os gabinetes de parentes, com o bonito nome de ‘assessores parlamentares’.

Copiniano de Souza
São Bernardo

Chuí com Cajuru

Parabenizo a Prefeitura de Santo André pelo belíssimo gramado do Estádio Bruno Daniel <CF51>(Esportes, dia 7)</CF>. Sem dúvidas deixou o local com outra aparência, novo, um dos cartões-postais da cidade. Porém, é preciso que a administração olhe para outras necessidades do município. E mais uma vez uso este espaço para solicitar ao Paço que mande tapar os buracos na Vila Pires, mais especificamente – se bem que a maioria das ruas está com péssimo asfalto – no cruzamento das ruas Chuí e Cajuru, onde tem cratera já há alguns dias por causa do grande tráfego de todo tipo de veículo que precisa cruzar a Capitão Mário Toledo de Camargo em direção à Praça Ana Brandão. Prefeitura, por favor, não custa nada além dos altíssimos impostos cobrados de nós, os munícipes.

Dulce Rocha
Santo André

Perversidade

Fico impressionada com a capacidade do presidente Bolsonaro de mentir e, assim, manipular seus eleitores para que continuem pensando que ele tem gestão preocupada com a população. Ele disse semana passada, tentando se livrar da culpa pelo preço alto dos combustíveis, que os dividendos da Petrobras são, no seu entender, ‘absurdos’ e que não quer ‘na parte da União ter esse lucro fantástico’, de R$ 31 bilhões (Economia, dia 9). Mas, aos incautos, explico: a União é a principal acionista da Petrobras. Só em agosto recebeu R$ 11,6 bilhões de dividendos da estatal relativos aos resultados obtidos em 2021. Até o fim do ano devem ser R$ 15,4 bilhões. Dinheiro que ele vai usar para fins eleitorais, como forma de ‘financiar’ o Bolsa Família, ‘comprar votos’, se passar como bonzinho. Ou seja, quanto mais caros os combustíveis, melhor para a sua tentativa de reeleição. Não pense você, bolsonarista, que o presidente tem intenção de melhorar o Brasil. Para tudo que ele faz, há intenções perversas por trás. Fora, Bolsonaro! Bolsonaro nunca mais! É só se informar direitinho.

Maria Terezinha Machado
Ribeirão Pires