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Tite evita polêmicas e não fala de ausência em agenda

Prefeito interino recebeu Alex para anunciar emenda, mas ato não reuniu boa parte dos aliados

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
20/08/2021 | 20:21
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Divulgação


O prefeito em exercício de São Caetano, Tite Campanella (Cidadania), evitou polêmica em torno do ambiente conturbado na política municipal, incluindo racha do grupo governista, e não falou sobre as ausências simbólicas em agenda institucional efetivada hoje na cidade. O interino ainda silenciou acerca dos problemas relacionados à sua imagem, como o emprego de irmão no governo, o de ex-mulher em terceirizada e o fato de sua filha ter requisitado auxílio emergencial na pandemia.

O chefe do Executivo realizou ato ao lado do deputado federal Alex Manente (Cidadania) para anunciar emenda parlamentar, no valor de R$ 400 mil, na área de segurança, mas o evento chamou atenção por ocorrer sem boa parte dos aliados, em especial pessoas do bloco do ex-prefeito José Auricchio Júnior (PSDB), mentor da composição que levou Tite interinamente ao Paço.

Entre ausências mais sentidas foram o deputado estadual Thiago Auricchio (PL), filho do ex-prefeito e figura até então ligada ao Tite, e o vereador Marcel Munhoz – um dos mais próximos a Auricchio –, correligionário do prefeito interino. A situação escancara o clima atual no município. O ato contou com a presença de cinco parlamentares (Pio Mielo, PSDB, Marcos Fontes, também tucano, Gilberto Costa, Avante, Caio Salgado, PL, e Professor Ródnei, Cidadania). Tite não concedeu entrevista pós-conclusão da agenda, promovida em praça no bairro Boa Vista, chamada para divulgar a liberação de recursos direcionados à aquisição de base móvel comunitária – cuja licitação será tocada pelo governo do Estado.

A declaração oficial do evento ficou, portanto, resumida a Alex. O deputado minimizou as ausências da agenda, rechaçando desprestígio de antigos parceiros políticos de São Caetano. “Não enxergo desta maneira, não vejo relação”, sintetizou o parlamentar, quarto mais votado na cidade, com 6.716 sufrágios – embora com domicílio eleitoral em São Bernardo –, atrás apenas de Fabio Palacio (PSD), Eduardo Bolsonaro (PSL) e Joice Hasselmann (PSL). A principal dobrada de Alex na região foi justamente com Thiago, que, inclusive, chegou a atuar na condição de seu assessor de gabinete.

Questionado sobre a falta dos aliados, Alex sustentou que a agenda “é institucional da Prefeitura”. “Fui convidado para fazer parte do processo institucional da Prefeitura na divulgação de uma conquista. Trata também do meu mandato, mas é relacionado à Prefeitura”, pontuou. Ao ser indagado especificamente em relação a Thiago Auricchio, o deputado alegou que não sabia dizer o motivo da ausência. “É pergunta tem que fazer para ele, que pode ter outro compromisso. Não sei. Essa agenda, por exemplo, só tenho disponibilidade de estar aqui praticamente na região de sexta-feira. O restante dos dias estou em Brasília. Então, não sei como foi a adequação da agenda. Não posso responder por ele.”

A relação entre Tite e o clã Auricchio estremeceu após interferência do prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), no cenário político local na tentativa de aproximar o prefeito interino com o ex-vereador Fabio Palacio (PSD), aliado do tucano do município da cidade vizinha e que representa oposição a Auricchio.  




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