Política Titulo São Bernardo
Parque Cidade da Criança não atrai oferta de gestão

Fracassa concorrência da Prefeitura de S.Bernardo para conceder operação do equipamento

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
05/03/2021 | 00:01
Compartilhar notícia
DGABC


Nenhum interessado apresentou proposta formal para assumir a gestão do Parque Cidade da Criança, histórico equipamento de São Bernardo, mesmo após o governo do prefeito Orlando Morando (PSDB) ter reduzido o valor de pagamento de outorga pelo contrato.

A sessão de apresentação de propostas foi realizada ontem pela manhã, sem que ninguém formalizasse oferta pelo espaço. O governo tucano culpou a pandemia pela ausência de interessados e adiantou que vai insistir no modelo de concessão.

Foi a segunda vez que a Prefeitura de São Bernardo lançou licitação atrás de terceirizada que gerenciasse a Cidade da Criança, que foi fundada em outubro de 1968, está instalada em terreno de 37,7 mil metros quadrados no Jardim do Mar e foi tombada pelo Conselho Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural desde 1990.

Na primeira tentativa, a Closer Soluções Empresariais, com sede em São Caetano, chegou a apresentar proposta de R$ 5 milhões de outorga fixa e R$ 28,8 milhões de variável para administrar o espaço, dentro do plano de concessão. O contrato não avançou e a Closer abandonou o negócio.

O imbróglio contratual coincidiu com a pandemia de Covid-19. Em busca de conter o avanço do novo coronavírus na cidade, o governo Morando fechou parques temáticos, entre eles a Cidade da Criança. Sem funcionamento, a Expoaqua, atual gestora da estrutura, chegou a anunciar rompimento do contrato a título precário que possui junto à Prefeitura para operar o equipamento. O posicionamento foi revisto dias depois, mas, mesmo assim, a gestão tucana seguiu com planejamento de conceder o parque à iniciativa privada em outro modelo.

Para atrair mais interessados, baixou o valor de outorga – em vez dos R$ 33,8 milhões originais, previu obter R$ 14,7 milhões. Também optou por estender o tempo de contrato, passando de 15 para 25 anos. Mesmo assim, ninguém formalizou a proposta.

Segundo a Prefeitura, foram realizados 93 downloads do edital no site da administração entre pessoas jurídicas e físicas. “O certame obedeceu a todos os ritos legais e a licitação foi considerada deserta. A administração vai insistir no processo de concessão do espaço e entende que a falta de interessados ocorreu devido à pandemia, especialmente neste momento em que o Estado retornou à fase vermelha, na qual parques temáticos precisarão ficar fechados a partir de amanhã.”

O plano de conceder a gestão do Parque Cidade da Criança foi externado por Morando em fevereiro de 2018, quando o Paço abriu um PMI (Procedimento de Manifestação de Interesse), que serve para ouvir propostas do setor privado sobre a viabilidade de gestão do local com obras de melhorias.

No governo de William Dib (sem partido) o parque ficou fechado por problemas estruturais e foi reaberto na gestão de Luiz Marinho (PT), após reforma.

Nenhuma terceirização de Morando avançou em cinco anos

Desde que assumiu a Prefeitura de São Bernardo, em 1º de janeiro de 2017, o prefeito Orlando Morando (PSDB) estimava conceder a gestão de alguns equipamentos públicos para a iniciativa privada. Até agora, nenhuma proposta avançou.

Além do Parque Cidade da Criança, Morando chegou a publicar PMIs (Procedimentos de Manifestação de Interesse) para terceirizar a administração do Estádio 1º de Maio e dos cemitérios municipais. Em entrevistas, o tucano também falou sobre desejo de transferir a gestão do complexo esportivo do Baetão, que inclui o Estádio Municipal Giglio Portugal Pichinin e o centro de piscinas.

A concessão do Estádio 1º de Maio foi para concorrência pública, mas a licitação não atraiu interessados. Até agora, outro certame não foi publicado com esse objetivo.

A terceirização do complexo esportivo do Baetão e dos cemitérios municipais segue em estudo dentro do governo tucano, sem prazo de passos adicionais. Sobre o Baetão, houve contato com a empresa Gool Soccer Consultoria Ltda, ligada a empresários que atuavam no EC São Bernardo, mas o assunto esfriou com a pandemia de Covid-19. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;