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Vice-presidente da Enron revela esquema que quebrou o grupo
Das Agências
15/02/2002 | 09:21
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A ex-vice-presidente da Enron quebrou o pacto de silêncio e denunciou a uma comissão do Congreso dos Estados Unidos uma rede de manipulação e encobrimento dentro do maior grupo de energia do país. Sherron Watkins, que em agosto alertou o então presidente da Enron, Kenneth Lay, de que o grupo enfrentava profundos problemas financeiros, acusou o diretor financeiro da companhia, Andrew Fastow, e o diretor-executivo, Jeffrey Skilling, de permitirem uma série de transações duvidosas que quebraram a companhia.

Watkins, que começou a trabalhar com Fastow em junho de 2001, disse que só levou três a quatro semanas para perceber que os números não fechavam, principalmente com uma empresa conhecida como Raptor. "Creio que não era difícil descobrir. Os fatos não estavam realmente ocultos. As transações com a Raptor foram realizadas por vários anos e Skilling teve muito tempo para saber de tudo", disse Watkins. A Raptor pertencia a LJM, uma companhia dirigida por Fastow.

Fastow, que foi convocado a depor na Comissão do Congresso sobre sua responsabilidade na quebra da Enron, invocou seu direito constitucional de não falar. Skilling, que testemunhou no Congresso, garantiu que não sabia de nada para ocultar os constantes prejuízos do grupo. Watkins descreveu Skilling e Fastow como dois "indivíduos muito inteligentes, que intimidaram várias pessoas para colocá-las no esquema".

Em 15 de agosto passado, Watkins enviou a Lay uma carta anônima advertindo que a Enron estava a ponto de implodir. Sete dias depois, ela encontrou o presidente do grupo para dizer que tinha um "grande problema em suas mãos". Após uma reunião de meia hora, Lay disse que examinaria a situação. Menos de cinco meses depois da reunião entre Watkins e Lay, a sétima maior companhia dos EUA quebrou.




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