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A livraria que acreditou neste jornal

Em seu primeiro número, lançado em maio de 1955, um dos anunciantes d’O Universitário foi uma livraria, o Bazar Belletato, que também negociava artigos de papelaria, escritórios, brinquedos, linhas e miudezas

Ademir Medici
26/10/2020 | 00:01
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É importante este anúncio, que nos chega às mãos graças à gentileza do advogado e jornalista Admar Mendes de Campos. Isso porque livrarias importantes como a Saraiva têm fechado as portas, mesmo que outras anunciem chegada aqui na região, como narrou a jornalista Miriam Gimenes

(Grande ABC ganha fôlego com duas novas livrarias,Diário, 11 de outubro de 2020).

Teria sido, pois, a Belletato, a primeira livraria de Santo André e região, antes mesmo da Siciliano, esta que foi adquirida pela Saraiva? Temos mais uma pista, ao menos.

E ao ler O Universitário de 65 anos atrás, aprendemos mais com o presentão do Dr. Admar.

PROFISSIONAIS LIBERAIS

A maioria dos anunciantes de O Universitário eram jovens profissionais da Ausa (Associação dos Universitários de Santo André), filhos da região, formados fora dela, aglutinados pela Associação e que exerciam suas funções na sua terra.

Advogados: Danilo Umburanas, Celso de Almeida Sampaio, Dione Prado Stamato, Cid Flaquer Scartezzini (que alcançaria os mais altos postos da Justiça nacional, para orgulho dos andreenses), Clovis Sidney Thon (que outro dia nos deixou), Homero Faria Borges, José Osório, Manoel Antonio Lopes, Mario de Luca e Nicolau Soluzo.

Dentistas: Elias Luiz Zampieri, Jose Gustavo de Paiva (que em 1955 era o presidente da Ausa), Oswaldo Brancaglione, Takashi Fuginami e Walter Ribeiro.

Farmacêutico: J. B. Marigo Martins.

Médicos: Douglas Magini, Jansen Dell’Antonia, Jorge Cavendish, Luís Scarpelli (viveu mais de 100 anos e teve sua história narrada em Memória), Orlando Gaiarsa, Reno Caltabiano e Walter Vitelli Lorenzini.

Ou seja: num momento importante de transição, Santo André possuía um time excelente de profissionais liberais. E ao menos uma livraria administrada por gente da terra.

Memória – De um artigo assinado pelo nosso informante, Admar Campos: coube à Ausa lançar a ideia de se criar a Faculdade de Engenharia Industrial na região, desde que se unissem os municípios de Santo André, São Bernardo e São Caetano.

Uma nova FEI? Talvez. O certo é que nos anos seguintes a FEI, instalada em São Paulo, seria transferida para o bairro Assunção, em São Bernardo.

Snúncio – Camisas, gravatas, agasalhos de pura lã, costumes de casimira: basta ser um rapaz direito para ter crédito n’A Exposição – Rua Coronel Oliveira Lima, esquina com a General Glicério, Santo André.

Frase Solta – Essa “panelinha” dentro da Ausa ainda tem que acabar (qualquer semelhança com o clube Panelinha é mera coincidência).

Imprensa – O Colégio do Estado (Américo Brasiliense) está editando um jornal mimeografado sob o título 8 de Abril.

Cobrança – Os estudos preliminares da fundação de um Corpo de Bombeiros em Santo André já estão quase ultimados. Já é tempo de o povo ser informado do que foi feito e do que se pretende a esse respeito.

Em 1955 Santo André industrializava-se. Era chamada de “A Capital do Trabalho”. Ganhava multinacionais importantes. A Avenida Industrial era de fato industrial. Mas a cidade e o Grande ABC não tinham um corpo de bombeiros oficial.

Diário há meio século

Domingo, 25 de outubro de 1970 – ano 13, edição 1368

Religiosidade – Wilson O. Weldon, editor-geral da revista religiosa No Cenário, com sede nos Estados Unidos, é recebido pelo presidente da Câmara Municipal de São Bernardo, Lenildo Magdalena.

No Cenário era impresso em 39 línguas, com 3 milhões de exemplares, 22,5 mil dos quais no Brasil.

A edição brasileira era rodada na Imprensa Metodista, em São Bernardo, com edição de Helerson Rodrigues.

Movimento Sindical –  O Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria de Santo André comunicava seu novo endereço: Rua Campos Sales, 100, sexto andar, sala 63, telefone 44-2852. José Luiz de Miranda presidia a entidade. 

Em 26 de outubro de...

1915 – Em Ribeirão Pires, três indivíduos agridem o carroceiro Manoel Gomes Cavanhaque, 47, que é derrubado da boleia da sua carroça e espancado.

1920 – A firma Souza Aranha & Cia, localizada na Estação Rio Grande (da Serra), recrutava (muitos) cortadores de lenha, pagando 1$500 por pilhas de 1,10 m de altura e um metro de comprimento, “mato derrubado”.

1930 – Nasce a Nova República. Organiza-se um governo provisório no País e governos provisórios nos Estados e municípios.

No Grande ABC, então município de São Bernardo, José de Almeida Amazonas assume como autoridade policial. Líder do Partido Democrático, Amazonas era o principal nome getulista na região, pai do futuro vereador, vice-prefeito e deputado José Amazonas.

1975 – Prefeito Antonio Pezzolo, de Santo André, inaugura a linha de ônibus Utinga a Capuava, a ser explorada pela empresa Garcia de Transportes Coletivos e Turismo.

1985 – Anunciada a restauração do castelinho de Paranapiacaba, a ser transformado em museu de preservação do material histórico da vila ferroviária.

1990 – Prefeito Aparecido Benedito Franco, de Rio Grande da Serra, tomba (preserva oficialmente) as ruínas da capela de Santa Cruz, parcialmente destruída em abril de 1979.

2000 – Inaugurado o Hospital Estadual de Diadema, também conhecido como Hospital Serraria.

Município Paulista

Cândido Motta. Criado em 1923, quando se separa de Assis. O nome homenageia antigo secretário da Agricultura do Estado.

Santos do Dia

Evaristo. Papa na virada do século I para o II. Quarto sucessor de Pedro.

Boaventura de Potenza. Franciscano.

Damião de Finaro




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