Das 13 viaturas da GCM (Guarda Civil Municipal) de Mauá, apenas seis estão em funcionamento, segundo a própria Prefeitura. Integrantes da guarda, porém, dizem que o problema é ainda maior e que a corporação tem apenas dois carros à disposição.

Com os seis carros que a Prefeitura diz ter, a equação é de um veículo para cada 43 homens da GCM. Por conta dessa escassez de viaturas, há pelo menos uma semana os guardas têm de revezar o uso dos carros entre ronda e atendimento de ocorrências. A cidade tem, em média, 400 mil habitantes e efetivo de 259 guardas.

A Prefeitura confirmou ontem que dos 13 veículos da frota, seis estão em circulação, dois estariam em manutenção e os cinco restantes parados devido ao fim do contrato com a Viação Santo Inácio - empresa terceirizada que aluga veículos à administração. A Viação Santo Inácio foi procurada para comentar o assunto, mas não respondeu aos contatos pessoais e telefônicos.

Os guardas garantem que o cenário é pior do que quando a Prefeitura assumiu. "Uma viatura fica à disposição para emergências e outra para ronda escolar. Se eu precisasse de um carro agora para correr atrás de alguém, teria de pedir emprestado", contou um GCM que não quis se identificar, ontem à tarde. "O jeito é fazer o patrulhamento a pé", completa outro.

A reportagem do Diário identificou cerca de oito motos sucateadas e cobertas por lona na sede da GCM. Um oficial informou que elas são propriedade do município e estão encostadas há, pelo menos, cinco meses.

O déficit de viaturas também prejudica o Conselho Tutelar de Mauá. Como o órgão dispõe somente de uma Kombi em estado precário, é a GCM que costuma dar suporte para que os funcionários atendam às demandas.

Para a Prefeitura de Mauá, a situação será resolvida em breve. A administração informou que comprou 14 viaturas e seis motocicletas, e depende apenas dos equipamentos para colocá-las em funcionamento.

Parte da frota comprada está estacionada no pátio da Secretaria de Serviços Urbanos, à espera de sirenes, giroflex e rádios, que, de acordo com a administração, tiveram licitação para compra aberta em 19 de julho. A Secretaria de Segurança Comunitária estima que dentro dos próximos 30 dias, a situação esteja regularizada. Até lá, o patrulhamento continuará restrito e as novas viaturas estacionadas.

POLÊMICA - Em 2005, a concorrência pública que firmou contrato entre Prefeitura de Mauá e Viação Santo Inácio foi parar no TCE (Tribunal de Contas do Estado). Na época, o tribunal avaliou que não houve vantagem econômica na contratação, pois o valor de R$ 3,8 milhões pago pelo serviço de locação poderia ser utilizado para compra dos carros.