Setecidades Titulo
Estrada das Sete Cruzes volta a ficar esburacada
Por Rodrigo Cipriano
Do Diário do Grande ABC
22/11/2005 | 08:07
Compartilhar notícia


Quando a estrada Sete Cruzes passou por obras de recuperação, há quatro meses, o secretário de Obras e Serviços Municipais de Ribeirão Pires, Francisco Aurélio Carpinelli, afirmou que o trabalho não era definitivo. Faria naquele momento um recapeamento provisório para, mais para frente, pavimentar como deveria a estrada que liga a cidade a Suzano. Trechos do asfalto recuperados em julho já estão, de novo, em péssima condição. Há fila de buracos na pista, alguns com cerca de 20 centímetros de profundidade, e o motorista que se aventura pela estrada de 2,3 quilômetros de extensão faz malabarismo para não ter o carro danificado. O trabalho permanente prometido pelo secretário não ocorreu. Na ocasião, ele afirmou que os reparos seriam feitos trimestralmente.

"Outro dia um caminhão quebrou de madrugada. O motorista se deu mau. O celular não dava sinal e não passava uma alma viva para que ele pudesse pedir ajuda. Ele teve de passar a noite dentro do caminhão. Um perigo", afirma Marcela Aparecida da Silva, 19 anos, que trabalha em uma lanchonete à beira da estrada Sete Cruzes. "Além de trabalhar aqui, passo pela estrada toda vez que vou para casa da minha mãe (que mora em Mauá). É o melhor caminho para lá, mas é muito perigoso."

Os riscos não se restringem aos buracos, causados principalmente pelos caminhões que não respeitam o limite de 12 toneladas de carga estabelecido para a rodovia. Na Sete Cruzes, o acostamento é improvisado. Em alguns pontos não passa de um monte de cascalho espalhado sobre a terra batida. Em outros, não há nada além do próprio chão de terra. Falta iluminação. Placas de sinalização, só existem as que alertam o limite de carga para os caminhões. Não há quem fiscalize excessos. Na época da recuperação da pista, há quatro meses, a Prefeitura assegurou que guardas civis municipais seriam encarregados do serviço.

Na quinta-feira da semana passada, quando a reportagem do Diário percorreu toda a estrada, não havia um guarda sequer na pista. Os caminhões trafegavam livremente pela estrada, muitos deles em alta velocidade, sem medo do estado crítico do asfalto.

O secretário de Obras e Serviços Municipais da cidade, Francisco Carpinelli, reconheceu que a via está malconservada. "Os buracos reaparecem em qualquer lugar, no Centro ou naquela avenida", afirmou, dizendo que a Prefeitura terá que retomar os trabalhos no local. "O serviço feito foi paliativo", assumiu, sem apresentar nova data para que as obras sejam retomadas. Segundo Carpinelli, há outras prioridades na cidade.

Sobre a promessa de guardas civis na fiscalização por excesso de carga, o secretário afirmou que a balança que pesaria os caminhões teve de passar por manutenção e revisão, por foi inutilizada nos últimos meses, o que impossibilitou a fiscalização. "Eu não digo quando ela estará pronta para pegar os infratores com as calças na mão", garante o secretário.

O motivo dado por Carpinelli para a ausência da manutenção a cada três meses é falta de recurso. "Tinha R$ 4 mil para comprar asfalto na secretaria. Precisava arrumar verba para comprar no mínimo 50 toneladas do material. Arrumei o dinheiro necessário (não sabia dizer quanto), mas a compra não foi realizada por conta da burocracia", afirma o secretário, referindo-se ao processo de licitação para a aquisição do material. O secretário não soube informar em quanto tempo o material estará disponível para a obra.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;