Embora pouco expressivas para o negócio de empresas como Sadia e Pão de Açúcar, as vendas de cestas de Natal vêm apresentando expansões significativas no negócio dessas companhias, que estão investindo para aumentar as opções oferecidas aos clientes e atender à diversidade de paladar dos brasileiros. A Sadia projeta que a comercialização desses kits de fim de ano deve crescer de 15% a 20% em 2004, na comparação com o ano passado, enquanto o Pão de Açúcar projeta expansão de 80%.

“Havia interesse por um produto mais sofisticado”, comenta o gerente de Food Services da Sadia, Roberto Denuzzo.

O kit surgiu como alternativa às cestas secas (que vêm com panetone, cidra e frutas secas), para atender a demanda de empresas que queriam diversificar os presentes que distribuíam a clientes e funcionários no fim do ano. “Eles gastavam entre R$ 30 e R$ 40 em um kit que tinha produtos que muitas pessoas não gostam”, afirma.

Denuzzo conta que as empresas ligavam com interesse em comprar peru, mas a logística era muito complicada, dado o resfriamento da ave. A cesta com a embalagem térmica, aliada à entrega programada, acaba por resolver esse problema. “A partir de 2001, começamos a agregar produtos da cesta seca que fazem parte das ceias, como panetone e espumante”, acrescenta o executivo. Além da Sadia, há pelo menos outras 16 empresas que oferecem os kits.

As empresas também vêm investindo na identificação do perfil do consumidor das diversas regiões do Brasil. No Rio, por exemplo, o bacalhau é a segunda carne mais consumida na ceia, atrás apenas do peru. Por isso, a Sadia criou um kit que tem o bacalhau (fornecido por um importador carioca) no seu conteúdo. Para atender o gosto dos consumidores da região Sul, a empresa criou um kit que tem lingüiça e carne de porco. Na região Norte e Nordeste, a quantidade faz mais sucesso do que o produto, segundo Denuzzo.

O Pão de Açúcar, por sua vez, incluiu produtos de marcas regionais do Brasil nas cestas para fidelizar os consumidores de outras regiões menos industriais, como Norte e Nordeste. São massas para bolo, por exemplo, de marcas de outras regiões que não o Sudeste e o Sul. “O ideal é comercializar uma cesta que agrade a todos. Temos cestas mescladas com produtos de todas as regiões”, diz o diretor de Gestão Mercearia do Pão de Açúcar, Luiz Antonio Torres.