De Stravinski, a orquestra executa Petruchka, obra composta para a Cia. dos Balés Russos, sediada em Paris e administrada por Sergei Diaghilev. O célebre Vaslav Nijinski interpretou Petruchka, o Polichinelo do teatro de marionetes russo, na estréia do balé, em 1911. Alexander Benois assinou a coreografia.

Petruchka é a segunda das obras que Stravinski compôs sob encomenda de Diaghilev – as outras são O Pássaro de Fogo, de 1910, e A Sagração da Primavera, de 1913. “São três obras revolucionárias. Stravinski deu um salto no estilo, ficou conhecido como compositor a partir dos balés”, diz Florence.

O regente considera Petruchka um grande desafio para a Sinfônica. “Talvez seja a peça mais difícil que tocamos neste ano. O ritmo prima pelos compassos quebrados, com os de cinco tempos misturados aos de quatro, e pelas frases assimétricas. Stravinski sempre é difícil”, afirma. Florence conta ainda que a música independe da encenação. “Petruchka tem a genialidade das grandes idéias”, diz.

Concerto para Violino e Orquestra é a obra de Beethoven. Cláudio Cruz, músico da Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) é o solista convidado. “Pela profusão de melodias e pela riqueza dos temas, todos muito bem costurados, esse é um dos grandes concertos românticos. E é um dos momentos mais difíceis para os solistas. Por isso é tão pouco tocado”, afirma o regente.

A principal característica do concerto é mesmo o trabalho do solista, que em muitos momentos sola com pouco apoio. “Enquanto o violinista mantém-se em uma melodia aguda, a orquestra está na região grave. O solista fica completamente exposto”, diz Florence.