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Comércio da região aprova pacote da construção civil
Hugo Cilo
Do Diário do Grande ABC
10/02/2006 | 08:26
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O pacote de incentivos fiscais que reduz ou isenta de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) os materiais de construção agradou empresários do setor no Grande ABC. Além dos segmentos que serão beneficiados diretamente pela medida – em especial de materiais básicos, como areia, pedra, cimento e tijolos – lojas de produtos de acabamento e decoração apostam em aumento da demanda em razão de um possível reaquecimento do setor de construção civil. O otimismo é alimentado também pelo anúncio de que o governo e os bancos vão aumentar a oferta do crédito direcionado ao financiamento imobiliário.

O diretor da loja de materiais de construção Copafer, em Santo André, Adilson Bonussi, crê em aumento imediato de 10% nas vendas da cesta básica da construção. “Assim que os preços começarem a ser remarcados para baixo, o que deve acontecer nos próximos dias, as pessoas aumentarão os gastos com material de construção. Farão disso um investimento. Além dos que pretendem construir, a queda nos preços estimula a realização de reformas”, avalia.

Abatimentos – Já os produtos que não receberam isenção de IPI, mas consideráveis abatimentos, deverão sentir os efeitos positivos a médio prazo, segundo Bonussi. “Quem constrói não compra apenas cimento, ferro ou tijolos. Por isso, nos próximos meses também sentiremos aumento na procura por louças e acessórios, que tiveram o imposto reduzido de 10% para 5%”, completa.

O otimismo de Bonussi é o mesmo do gerente comercial da rede Top Floor, com loja em Santo André, Reinaldo Valério. Ele enxerga na iniciativa do governo uma oportunidade de reanimar o setor da construção civil. “O pacote de incentivos não atinge nossos produtos, que são materiais de acabamento. No entanto, qualquer medida de incentivo reflete de maneira positiva nos negócios”, diz.

Valério acredita que os setores que produzem ou comercializam materiais de acabamento seguirão no vácuo dos materiais básicos e registrarão aumento de vendas. “A curto prazo não acredito em mudanças significativas, já que leva-se cerca de um ano para erguer uma casa. Mas aposto que a partir do ano que vem o segmento de acabamento sentirá uma expansão significativa”, diz. A Top Floor é especializada no varejo de carpetes de madeira e pisos laminados.

Receio – O otimismo dos empresários do setor de materiais de construção contrasta com o ceticismo da Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo). A direção da entidade considera que o pacote de incentivos ao setor terá impacto pouco significativo para o varejo e para o consumidor.

“Apesar de seus aspectos positivos, como a redução do custo da construção popular, o pacote ainda não é satisfatório. A redução das alíquotas é muito pequena para aquecer a atividade. Além disso, a isenção atinge poucos itens considerados básicos, o que irá gerar uma redução de apenas 1,2% no custo da casa própria, segundo os cálculos do próprio governo”, afirma o presidente da Fecomercio, Abram Szajman.

O executivo sugere no pacote de incentivos que seja incluída a criação de crédito consignado para o setor da construção civil. “A única maneira de beneficiar as classes de menor renda é baixar os preços e aumentar a oferta de crédito para a construção”, completa.




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