Política Titulo Verde anunciou saída
Prefeitos reforçam manutenção do Consórcio

Chefes dos Executivos do Grande ABC isolam Lauro, de Diadema, e reafirmam permanência no colegiado; verde anunciou saída da entidade

Por Junior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
25/03/2017 | 07:00
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Marina Brandão/DAGBC


A exceção de Diadema, os seis prefeitos da região reafirmaram a permanência de suas cidades no Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, isolando Lauro Michels (PV), que ensaia retirar o município do colegiado alegando dificuldades financeiras – o órgão é mantido pelas sete prefeituras.

A avaliação dos prefeitos é de que o rompimento de Diadema não é compatível com o fomento ao debate regional pregado historicamente na região. Contudo, avaliam, nos bastidores, que é remota a possibilidade de Lauro conseguir concretizar a ideia, uma vez que a saída dos municípios do Consórcio só se ocorre com autorização legislativa. O verde não tem apoio da maioria na Câmara – apenas nove dos 21 vereadores fazem parte da bancada governista.

“Lamento profundamente (a decisão de Lauro). Não sei o que levou ele a fazer isso. Cada prefeito cuida da sua agonia na questão do endividamento e essa possível saída tem a ver com isso. Já houve uma redução de custo no Consórcio, readequação do modelo à realidade das cidades. Além de me causar estranheza porque ele foi eleito vice-presidente e seguiu no posto”, avaliou o prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB).

Chefe do Executivo de São Bernardo, o presidente do Consórcio confirmou que “a postura de Lauro é isolada”. “Nosso papel foi de criar condições melhores para o custeio do Consórcio, por isso abrimos um parcelamento das dívidas dos municípios. Foi decisão precipitada. O mundo mostra que a união é benéfica, basta olharmos para os exemplos da União Europeia e os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul)”, discorreu, ao citar avanços conquistados por meio das discussões no Consórcio, como a limpeza dos piscinões.

“O Consórcio é um enorme legado para o Grande ABC. A região é uma grande conurbação urbana, e deve ser pensada coletivamente. Torço muito para que essa posição (de Lauro), pois a importância que Diadema tem para a região é enorme”, avaliou o prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão (PSDB), que presidiu o colegiado em 2015. Chefe do Paço de São Caetano, José Auricchio Júnior (PSDB) defendeu a permanência de Diadema na entidade. “O Consórcio tem sua importância regional e todas as cidades que o compõem também”.

Desde que o Consórcio foi criado, em 1990, Diadema já protagonizou a história do órgão em três ocasiões, quando prefeitos diademenses presidiram a entidade: José de Filippi Júnior, em 2003, e Mário Reali (ambos do PT), em 2011 e 2012.

O município é o segundo maior devedor do colegiado, com R$ 8,3 milhões em débitos referentes a repasses não honrados desde o exercício de 2014. Santo André lidera o ranking, com R$ 10 milhões em dívidas. Prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB) não foi encontrado para comentar o assunto. Já o chefe do Paço de Ribeirão Pires, Adler Kiko Teixeira (PSB), não quis se manifestar sobre o caso. (Colaboraram Humberto Domiciano e Claudio Fernandes) 




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