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Sto.André demite 1.000 servidores da FUABC

Paulo Serra cita inchaço da máquina e ligação partidária para desligar funcionários cedidos

Por Raphael Rocha
do Diário do Grande ABC
11/03/2017 | 07:00
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André Henriques 10/2/17


A Prefeitura de Santo André anunciou a demissão de 1.000 servidores contratados pela FUABC (Fundação do ABC) que atuavam na rede de Saúde do município. As justificativas da administração Paulo Serra (PSDB) são inchaço desnecessário da máquina pública e ligação com a administração de Carlos Grana (PT).

Trezentos foram desligados oficialmente nesta semana, enquanto outros 700 serão dispensados na segunda-feira. O governo tucano despendeu R$ 10 milhões com rescisões trabalhistas, mas projeta economia de R$ 2 milhões ao mês com o enxugamento no número de servidores.

De acordo com o prefeito, a máquina pública inchada de servidores apadrinhados atrapalha o andamento do sistema municipal. Ele assegura que não haverá prejuízo no atendimento com as demissões, uma vez que a lista contém, em sua maioria, colaboradores do setor administrativo.

“Serão recepcionistas, assessores, que faziam parte do grave aparelhamento político implementado pela antiga administração. À medida em que fazíamos caixa com as medidas de austeridade implementadas, como corte de comissionados, fomos identificando os funcionários que não tinham nenhuma conexão com a mudança que foi aprovada pelos eleitores de Santo André em outubro”, disse Paulo. “A máquina estava inchada e com serviço pessimamente avaliado. A conta não fechava.”

Ao todo, a FUABC disponibilizava 2.500 servidores para atuarem na área da Saúde de Santo André. Somente em 2016, a FUABC cobrou R$ 380 milhões por serviços prestados e colaboradores disponibilizados, segundo dados do Portal da Transparência. Dentre os equipamentos andreenses administrados pela Fundação estão o AME (Ambulatório Médico de Especialidades) e o Hospital da Mulher.

“Não haverá prejuízo porque tudo foi planejado nos primeiros 60 dias. Vamos evoluir (o pente-fino de servidores apadrinhados) para as necessidades dos quadros mais técnicos, como médicos. Mas o que constatamos inicialmente é que nessas áreas o aparelhamento político foi menor”, relatou o chefe do Executivo, que projeta aumentar a eficiência do serviço em Saúde mesmo com número reduzido de servidores.

O Diário já mostrou que antigas gestões nas prefeituras da região utilizaram a FUABC como centro de troca de cargos por apoios. Parentes de políticos e aliados figuram no quadro de servidores da Fundação, que tem orçamento de R$ 2,2 bilhões e é mantido pelas gestões de Santo André, São Bernardo e São Caetano

Em fevereiro, o Diário mostrou que diretores da instituição recebiam R$ 23.324,70 brutos mensais, valor que superava o contracheque de prefeitos do Grande ABC e até mesmo do governador Geraldo Alckmin (PSDB). A nova presidente da FUABC, Maria Bernadette Vianna, prometeu rever os valores despendidos pela Fundação. Ela tomou posse no dia 9 de fevereiro. 




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