Representantes do Grande ABC na Câmara Federal, Alex Manente (PPS) e Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT), admitiram cautela na relação com os governos eleitos em suas cidades-redutos eleitorais como norte de suas atuações a partir de 2017. Ambos são oposição nos territórios. Rival de Alex, o deputado estadual Orlando Morando (PSDB) será o prefeito de São Bernardo, enquanto que Lauro Michels (PV) comandará Diadema por mais quatro anos em projeto político contrário ao de Vicentinho.

O discurso adotado por Alex destoa do comportamento apregoado pelo PPS no papel de oposição ao atual governo da cidade, chefiado por Luiz Marinho (PT). A sigla foi protagonista de uma série de embates políticos, arrastando discussões e acionando diversas vezes órgãos como o Ministério Público para auxiliar na fiscalização da gestão petista.

“Vamos observar o governo (de Morando), como ele andará. Não vamos torcer para o quanto pior, melhor. Daremos 120 dias para observar o governo, ver como se desenvolve. Teremos tranquilidade de fazer isso, como já estamos fazendo. Mesmo agredidos por figuras (do governo), vamos observar. Se for desejo da população que o PPS apoie, podemos avançar nesta discussão”, citou Alex.

O popular-socialista acirrou a rivalidade com o tucano em outubro, quando ambos foram para a disputa de segundo turno pelo Paço, vencida por Morando. “São Bernardo precisa de recursos e espera relação republicana. Vou ajudar a cidade, mesmo se não for demandado para isso. Estarei à inteira disposição, quero ajudar.”

Pelo lado petista, Vicentinho alegou que continuará ajudando os municípios da região, independentemente de seus gestores. “Nunca misturei questão partidária”, disse. Ele, que mudou o domicílio eleitoral de São Bernardo para Diadema, chegou a pleitear posto de prefeiturável da legenda, encabeçada pelo vereador Manoel Eduardo Marinho, o Maninho. O PT na cidade é oposição ferrenha a Lauro. “Precisa ter responsabilidade na fiscalização de gestão. A bancada do PT em Diadema faz trabalho ótimo de embate, que ajudou o município. Este governo (Lauro) é de continuidade e não foi bom. Agora, cada pauta ou projeto precisa ser analisado com calma e isso os vereadores do PT fizeram”, comentou Vicentinho.

Estreante na Casa, Alex assegurou que focará mandato com forte presença em plenário, mesma fala mencionada por Vicentinho. Ambos, no entanto, divergem na polêmica pauta da reforma da Previdência Social, elaborada pelo governo Michel Temer (PMDB). “Continuarei com minha missão no Congresso, ajudando a colocar o País nos trilhos. O PPS tem se colocado como um dos principais partidos de combate à corrupção. Temos posição de ser favorável à reforma financeira do governo, mas sem que haja prejuízos ao trabalhador. Reformas precisam ser feitas.”

“Entre os meus objetivos e sonhos está a reprovação desta reforma, que vai acabar com a aposentadoria para os nossos jovens. Não resolve a situação de ninguém, mesmo dos empresários do nosso País”, falou o petistas. Os parlamentares confirmaram também que vão trabalhar pela reeleição de seus mandatos, a partir do ano que vem, no pleito que ocorrerá em 2018.