Pacientes com fraturas no corpo estão esperando até 15 dias para fazer cirurgias no Hospital Doutor Radamés Nardini, em Mauá, ou para serem transferidos para outra unidade de Saúde.

Além do desconforto e da ansiedade que causa nos pacientes, a demora, reclamam doentes e seus familiares, está fazendo com que os quartos onde repousam os internados fiquem lotados.

A dependência 611, 6° andar, à qual o Diário teve acesso, é um espaço onde caberiam, confortavelmente, dois doentes e acompanhantes, mas estava ontem com sete pacientes acamados, com pernas e braços quebrados.

Um carreteiro de 38 anos, que pediu para não ser identificado, contou que chegou ao Nardini dia 16, depois de quebrar a mão e o punho em acidente de trabalho, quando fechava o baú do caminhão.

Ontem, o paciente completou uma semana de internação no hospital de Mauá e ainda esperava com o braço imobilizado uma transferência para fazer a cirurgia em outra unidade de Saúde.

"É muito ruim ficar aguardando sem saber quando poderei ser atendido, pois penso que isso pode piorar a minha situação", desabafou. "Só não se pode reclamar da comida e dos enfermeiros, que são muito bons", completou.

Perto da cama onde estava o carreteiro, descansava o metalúrgico Adeildo Possidonio, 40, também esperando pela hora de seguir para outro hospital fazer a cirurgia na perna quebrada, que agora vai precisar de pinos.

O aposentado Francisco Vieira Damasceno, 48, deu entrada no Nardini dia 5 de dezembro e só foi operado dia 21, recebendo alta ontem. "Ele reclamava de dor, mas os médicos diziam que não havia problema, pois estava sendo medicado", afirmou sua sobrinha, a assistente comercial Claudelaine Vieira Damasceno, 26.

No Nardini desde o dia 17, o aposentado José Conceição de Senna, 74, quebrou fêmur e bacia em acidente doméstico e só foi transferido ontem para o Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, onde fará cirurgia.

SOLUÇÃO
Gestora do Nardini, a Fundação do ABC informou que o hospital de Mauá ainda não realiza cirurgias ortopédicas de grande porte, por esse motivo precisa transferir os doentes para outras unidades.

A expectativa da entidade é poder iniciar as cirurgias ortopédicas de grande porte no Nardini a partir da segunda quinzena de janeiro do ano que vem.