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Chuva mata 2 no Recife e deixa 10 mil desabrigados
Do Diário do Grande ABC
09/04/2000 | 14:51
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A pequena Naiara Keila Vieira de Melo Cunha, 3 anos, e José Paulo Diniz de Araújo, morreram, na noite deste sábado, em conseqüência das fortes chuvas que atingem a regiao metropolitana do Recife desde na sexta-feira. Na madrugada, as chuvas deram uma trégua. As mortes foram causadas por deslizamentos em morros da zona norte da capital. Os desmoronamentos provocaram o desabamento de muros de arrimo construídos irregularmente por particulares, de acordo com o secretário executivo da Comissao de Defesa Civil do município (Codecir), Wilson Albuquerque, que lamentou as mortes, ocorridas no morro de Casa Amarela.

Wilson Albuquerque informou que um muro de arrimo desabou sobre outras três residências em Casa Amarela, mas as famílias saíram a tempo. Algumas pessoas ficaram feridas de forma leve. Segundo o secretário, a Empresa de Urbanizaçao do Recife (URB) gastou R$ 16 milhoes em pavimentaçao, contençao de encostas e muros de arrimo nos morros da cidade nos últimos 15 meses. Porém, diz ele, a falta de cooperaçao da populaçao - seja jogando lixo nas galerias ou construindo irregularmente em locais de risco - agrava ainda mais a situaçao.

Um levantamento parcial da Codecir indicou que mais de 10 famílias estao desabrigadas e foram encaminhadas para casas de parentes e amigos. A Codecir recebeu no final de semana 250 chamadas solicitando lonas plásticas por causa do deslizamento de barreiras. As ocorrências se concentraram principalmente nos morros de Casa Amarela, na zona norte. Mais de 20 equipes da prefeitura ainda atendiam neste domingo a esses pedidos.

Segundo o secretário municipal de Infra-Estrutura, Samuel Brito, a demora no atendimento foi causada pela dificuldade de acesso aos locais no sábado, já que muitas ruas e avenidas ficaram intransitáveis por conta da água.

Chuva - Apenas neste sábado, choveu no Recife 191,3 milímetros, quase o total da média histórica do mês de abril que é de 207,4 milímetros. As águas alagaram praticamente toda a cidade e transtornaram especialmente a vida das 400 mil famílias que vivem nos morros das zonas norte, sul e oeste. Cinco mil delas habitam em pontos de risco iminente de desabamento.

As chuvas foram provocadas por uma frente fria vinda do Oceano Atlântico e se concentraram sobre a regiao metropolitana. A expectativa do serviço de meteorologia era de continuaçao das chuvas neste domingo. Até o início da tarde o tempo permaneceu nublado mas sem ocorrência de chuvas fortes.




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