Cultura & Lazer Titulo Crítica
Nasi ao vivo no estúdio
e com muita energia

Após extensa turnê com Ira!, cantor e
compositor apresenta o trabalho ‘Egbe’

Vinícius Castelli
24/11/2015 | 07:00
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Divulgação


 Roqueiro incansável, homem de frente de uma das bandas mais conhecidas do rock brasileiro e de trabalho sólido quando o assunto é sua carreira solo, Nasi – que já soma mais de 30 anos de estrada –, não para de trabalhar. O cantor está de volta com mais um projeto para reforçar sua bagagem musical. Após extensa turnê ao lado de Edgard Scandurra junto ao Ira!, o artista apresenta o disco Egbe (Canal Brasil/Deck, R$ 18,90, em média), que chega também em DVD (R$ 25,90, em média).

Assim como se fazia muitas vezes nos anos 1960 e 1970, Nasi foi para o estúdio, em São Paulo, e gravou tudo ao vivo, nu e cru, como é de fato, sem maquiagem em sua arte. “Acho que é uma maneira de garantir qualidade quando se tem ambiente sob controle no estúdio. E também dá a energia de tocar ao vivo, sem overdubs (sem adição de gravações posteriores). Isso transmite uma verdade ao público, de energia boa na execução. Não é playback.” explica ele.

A obra tem em seu menu sonoro 13 composições que ilustram bem a caminhada musical do compositor. “É para me entender como artista”, diz ao Diário. O disco conta com seis releituras de músicas que estavam no CD Perigoso, de 2012. Duas canções, Egbe e Alma Noturna, são inéditas.

Entre as outras faixas, o Ira! também ganha versão para a Rubro Zorro, do disco Psicoacustica. “É legal fazer releitura diferente. Nessa do Ira! eu ousei. A do Alceu pensei na coisa do berimbau, que não tem na original”, explica. Em uma delas, Monia, gravada por Michel Cogoni em 1968, Nasi registrou a voz por meio de telefone.

Para o bom resultado de um disco gravado ao vivo, Nasi conta que o segredo é a pré-produção. “Esse álbum foi feito em dois dias. Não tem improviso. Pensamos antes nos arranjos e ensaiamos. O convite para o álbum surgiu em 2013, mas como esteve ocupado com a volta do Ira! aos palcos no ano seguinte, o projeto teve de esperar. “Foi um ano de trabalho. Deu para fazer tudo com muita calma, ouvir discos, pensar nas novas composições.”

Na obra, Nasi conta com Rodrigo Lanceloti (guitarra), o parceiro de longa data Johnny Boy (contrabaixo), Evaristo Pádua (bateria) e André Youssef (teclado). Além deles, Egbe tem diversas participações especiais, como Renato Teixeira, em Perigoso. “Tem caras do blues sensacionais também, como o Serginho (Duarte). O Igor (Prado, que é do Grande ABC) é incrível. Ele é canhoto, não inverte as cordas, assim como o Scandurra. É algo tão raro”. Para ver ao vivo? “Além do DVD, em breve alguns shows serão anunciados, inclusive na região”, espera o cantor.

 

DESTAQUES

Dois Animais na Selva Suja da Rua é a faixa que abre o disco. Assinada por Taiguara e feita para Erasmo Carlos é um dos destaques da obra.

Uma das inéditas, a canção Alma Noturna tem ‘jeito’ de Ira! e riffs pesados de guitarra.

Com pegada de ‘surf music’ em alguns momentos, Feitiço na Rua 23 conta com a guitarra de Apolo 9, produtor dos quatro álbuns solo de Nasi.

Composição francesa dos anos 1960, Monia é arranjada com piano, andamento lento e pitadas de blues, tem Nasi cantando ao telefone.

Pincelada do disco Psicoacustica, do Ira!, Rubro Zorros conta com a participação especial do guitarrista de São Bernardo Igor Prado e nessa releitura tem tempero folk e country. 

A fase roqueira de Alceu Valença é lembrado no disco com a canção Sol e Chuva.

O cantor e compositgor Renato Teixeira dá ares de rock rural para a faixa Perigoso.

Dançante, Egbe Onire tem direito até a naipe de metais.




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