Política Titulo São Bernardo
Oposição visita escolas e vê corte de merenda

Vereadores contrários ao governo de Luiz
Marinho constatam restrição no bairro Areião

Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
28/02/2015 | 07:02
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Nario Barbosa/DGABC


Um dia após o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), exigir que sua base governista defenda o novo plano de abastecimento das merendas nas escolas ao garantir que não há restrição, os vereadores de oposição fizeram vistorias ontem em unidades do bairro Areião e constataram manutenção do corte pela metade no repasse. A ação foi firmada por Juarez Tudo Azul (PSDB), Pery Cartola (SD), além dos parlamentares do PPS, Marcelo Lima, Osvaldo Camargo e Julinho Fuzari. Não compareceram Hiroyuki Minami (PSDB), Estevão Camolesi (PPS) e Doutor Manuel (PPS).

Os oposicionistas chegaram às unidades de ensino próximo ao horário do almoço. O corpo diretivo das escolas impediu entrada da imprensa nas dependências dos equipamentos, mas permitiu que os vereadores visitassem as instalações. Os próprios profissionais da rede confirmaram aos integrantes da bancada que o almoço deixou de ser servido, desde o retorno das aulas, no dia 5. Além de revelar que foram retirados todos os talheres e que houve demissão de parte de merendeiros e cozinheiros.

Em outra unidade, situação similar. O relógio se aproximava das 13h e a refeição disponível às crianças eram fatias de mamão e um copo de suco no lugar dos tradicionais arroz com feijão e mistura, que eram ofertados tradicionalmente até o fim do ano passado.

Os educadores reafirmaram aos oposicionistas que existe bastante reclamação por parte dos pais de alunos (leia abaixo). Na vistoria de pouco mais de uma hora, os parlamentares enfatizaram discursos de que a realidade do bairro Areião desmente as declarações de Marinho, que chegou a afirmar publicamente que gostaria que qualquer um que tivesse dúvida sobre o serviço de merenda fosse visitar uma das escolas da rede, indicando que não encontrariam cenários restritivos.

Além de defender o plano, assegurando que trata-se apenas de readequação que visa combater obesidade infantil e desperdício de alimentos, o chefe do Executivo preservou a imagem da secretária de Educação, Cleuza Repulho (PT), mentora da medida e que foi duramente contestada pela própria base de sustentação.

A questão da obesidade foi colocada pelos vereadores nas escolas e apenas um caso foi citado como exemplo. Contudo, um dos diretores justificou que o caso era tratado separadamente pelos próprios pais.

A bancada promete seguir com o procedimento de fiscalização. Paralelamente, os oposicionistas esperam nos próximos dias desfecho em torno do ofício emitido na quarta-feira pela Promotoria de Justiça da Infância e Juventude, que requereu da Prefeitura o retorno por completo e imediato do serviço de merenda nas unidades de ensino.
O bairro Areião é um dos mais carentes de São Bernardo. Tanto é que foi percorrido pela Promotoria e foi incluído no documento judicial. O promotor Jairo Edward de Luca garantiu que ao visitar a escola da região certificou-se “não me parece adequada a forma aparentemente abrupta com que está sendo implantada”.

A administração petista reduziu pela metade a oferta de merenda nas 200 escolas da rede, atingindo 80 mil crianças da pré-escola e Ensino Fundamental, de 5 a 10 anos de idade. Questionada especificamente sobre situação de merenda nas escolas do Areião, a Prefeitura não se manifestou sobre a situação. 




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