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Vendas de carros zero crescem 9%

Alta em setembro, no entanto, não reverte tendência de queda na comercialização em 2014

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
02/10/2014 | 07:21
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Denis Maciel/DGABC


As vendas de carros zero-quilômetro esboçaram reação em setembro. A comercialização de automóveis e comerciais leves teve expansão de 9% em relação a agosto, de acordo com dados divulgados ontem pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). Foram vendidos, no mês passado, 282,5 mil unidades dessas duas categorias de veículos.

O volume, no entanto, ainda é quase 4% (3,88%) menor que o contabilizado em setembro de 2013. E, nos primeiros dez meses de 2014, quando foram licenciadas 2,4 milhões de unidades, a retração chega a praticamente 9% em comparação com os números de janeiro a setembro do ano passado.

Apesar da melhora no mês, as expectativas do setor são de que dificilmente será possível reverter o quadro de baixa nas vendas em relação a 2013. O consultor automotivo e professor de Gestão de Concessionárias da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) Valdner Papa cita que provavelmente o setor fechará o ano com volume 8% menor. Ainda segundo ele, o “fundo do poço” já foi atingido e, portanto, não há mais espaço para cair. O mercado, inclusive, se estabilizou em patamar mais baixo.

Papa afirma que os bancos não voltaram a emprestar recursos como antes, apesar das medidas do governo para ampliar a disponibilidade de crédito – como a redução do depósito compulsório, que é a necessidade de as instituições financeiras recolherem ao Banco Central parte dos recursos depositados pelos correntistas. Um dos motivos para isso é o fato de outras operações financeiras gerarem rentabilidade bem maior, como o cheque especial e o consignado. Outro fator, na sua avaliação, é a aversão ao risco, gerada pelas incertezas econômicas. Um terceiro motivo é a elevação dos juros, com a alta da Selic (a taxa básica da economia), que tornam as prestações mais elevadas, e o quarto, o comprometimento da renda da população com prestações pagas a banco, que, de acordo o Banco Central, chegou a 21,5% em julho, após sucessivas altas no início do ano.

CAMINHÕES - Com a economia em marcha lenta, o desempenho de vendas de caminhões e ônibus é ainda pior do que as dos automóveis e comerciais leves. O volume comercializado de janeiro a setembro nessas duas categorias juntas é 13,8% inferior ao registrado no mesmo período. 




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