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Brasil capta US$ 500 milhões com títulos de longo prazo

Segundo o ministro Guido Mantega, forte demanda pelos títulos sinaliza confiança na economia brasileira

30/07/2009 | 07:00
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O Brasil captou ontem US$ 500 milhões, com a venda de títulos da dívida externa denominado em dólares com vencimento em 2037 (que recebeu o nome de Global 2037). Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a demanda chegou a US$ 7 bilhões.

A emissão dos papéis fez do Brasil o primeiro entre os emergentes a fazer uma captação externa com títulos de 30 anos, após o agravamento da crise global, em setembro do ano passado.

Na avaliação de equipe econômica, a forte demanda pelos títulos além de ter mostrado confiança na economia brasileira, sinalizou que não há preocupação no Exterior com a política fiscal brasileira.

O papel tem vencimento em 20 de janeiro de 2037 e saiu com taxa de retorno para o investidor de 6,45% ao ano, custo menor que as outras operações feitas com o mesmo papel.

O Tesouro Nacional vai fazer uma emissão adicional de até US$ 25 milhões no mercado asiático.

Mantega comemorou o que considera um teste que avaliou a confiança do mercado no Brasil. Ele reforçou que o custo para o Tesouro na venda dos títulos ficou menor do que em 2007, antes do agravamento da crise financeira internacional e lembrou que o Brasil conseguiu vender o papel apenas dois pontos percentuais mais caro do que os títulos americanos.

Segundo uma fonte do governo, o Ministério da Fazenda considera frágeis e pouco aprofundadas as análises da política fiscal que são feitas no Brasil. "Os analistas no Exterior veem o mundo todo e comparam com o Brasil. O (setor) fiscal está melhor do que em outros países", afirmou, ressaltando que há um exagero, no País, nas análises do mercado.

"É mais um jogo de expectativas de saber se é só reflexo da política anticíclica ou se o governo vai afrouxar a política de forma permanente", acrescentou.

FATORES  - Para a economista-chefe da Rosenberg & Associados, Thaís Zara, a reabertura da emissão de bônus da dívida externa denominada em dólares com vencimento em janeiro de 2037 indica melhora no mercado internacional.

"Dois fatores estão contribuindo para essa emissão. Um é a melhora do mercado externo. Segundo, o Brasil realmente tem se destacado muito no combate à crise. Nossas reservas não só foram mantidas como estão sendo ampliadas e o fluxo de recursos para o País continua bastante elevado. Isso por conta de toda a postura macroeconômica que tivemos no passado", avaliou a economista.

"De fato o Brasil continua sendo visto como porto privilegiado para investimentos estrangeiros e é bom sinal. A única coisa que fica pendente é a questão fiscal que se não for adequadamente tratada pode trazer consequências para o País no médio prazo", reforçou a economista.




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