A decifraçao do mapa genético completo da cepa B da bactéria que causa a meningite foi divulgada em 10 de março, na revista médica americana Science. A decifraçao da cepa A da mesma bactéria está sendo publicada esta semana, na revista britânica Nature.
No editorial que acompanha a reportagem da Nature, o professor Ian Feavers, do Instituto de Bacteriologia do Instituto Britânico de Controle Biológico, disse que os estudos constituem uma ``etapa fundamental' da pesquisa sobre a meningite.
``Estes estudos sao a base para futuras pesquisas sobre a biologia e a agressividade de certos agentes patogênicos, além de provar o potencial da pesquisa genética aplicada às bactérias para oferecer à humanidade novas soluçoes para doenças contagiosas atualmente incuráveis', afirma Feavers.
A meningite é uma doença que costuma aparecer subitamente e é difícil obter um diagnóstico rápido, que permita um tratamento eficaz com antibióticos.
De 5% a 10% das pessoas sao portadoras da bactéria que causa a meningite, presente no nariz e na faringe. Ela é transmitida através de secreçoes liberadas durante a tosse ou o espirro.
Os microrganismos relacionados à meningite A provocam epidemias na Africa Subsaariana, enquanto as cepas B e C sao freqüentemente responsáveis por casos esporádicos e epidemias de menor importância.
As análises genéticas feitas recentemente mostram o caráter extremamente versátil da bactéria e de sua capacidade de adaptaçao: mais de 65 genes da cepa B podem se modificar através da aquisiçao ou perda de nucleotídeos. Essa variabilidade permite que a bactéria resista a remédios e vacinas.
``A análise do genoma da bactéria que causa a meningite mostra o tamanho do problema, mas também oferece possíveis soluçoes', assinala o professor Feavers.
Os cientistas esperam que as proteínas presentes na superfície dessa bactéria possam ser usadas para estimular a produçao de anticorpos capazes de destruí-la.
Nos últimos 60 anos, foram criadas vacinas contra as cepas A, C, Y e WA35 da meningite. Mas essas vacinas, eficazes em adultos, funcionam menos em crianças e bebês, que estao mais expostos à doença.
Na Europa, a cepa B é responsável por 45% a 80% dos casos de meningite.
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