Há mais de 5 mil anos, no Noroeste da Índia, um famoso bailarino improvisou alguns movimentos instintivos que emocionava os espectadores. O sucesso foi tão grande que muitos quiseram aprender os movimentos. Após o bailarino morrer, seus discípulos continuaram a transmitir a arte que ganhou o nome de ioga. Hoje, no Brasil, a arte invadiu academias e escolas, e as pessoas, cada vez mais cedo, estão praticando os movimentos, apesar de profissionais e médicos discordarem sobre o momento exato de começar a fazer o ioga. Alguns dizem que não há restrição com relação à idade e, em muitos berçários, professores já fazem os exercícios em bebês. Outros acreditam que a melhor fase para começar é na adolescência, quando a concentração é maior do que na infância.

No Grande ABC, existem algumas escolas que possuem o curso de ioga para crianças e adolescentes. O Colégio Uni-A, em Santo André, é um dos mais novos a oferecer a técnica. A professora Suely Melito, 52 anos, é a responsável pelas aulas. “O colégio resolveu abrir o curso em março deste ano com o objetivo de os alunos melhorarem o rendimento em sala de aula, já que o ioga serve para acalmar, relaxar e aumentar a concentração.”

O ioga tem muitas vertentes e cada uma é direcionada para um público específico. Na primeira Universidade de Yôga do Brasil – Unidade Santo André, a linha adotada é a swásthya, uma das modalidades que mais se pratica nas academias. “O ioga é um vasto universo de técnicas e conceitos que visam à evolução interior, compreendendo técnicas corporais, emocionais e mentais por meio de respiração e meditação”, explicou Marina Ferreira, diretora da unidade Santo André.

Apesar de não existir contra-indicação, as profissionais divergem com relação à idade indicada para começar a praticar o ioga. “Para mim, o ideal é depois dos 15 anos. Em geral, quem começa antes, interrompe durante a adolescência. Por outro lado, quem começa na adolescência não pára mais”, disse Marina. “Acredito que a partir dos 7 anos seja a melhor época, pois antes é difícil de a criança se concentrar”, afirmou Suely.

Para Wanderley Conde Salomão, fisioterapeuta de Santo André, a prática de ioga não interfere em nada no crescimento. “Existem berçários que aplicam a técnica em bebês para eles ficarem mais calmos e relaxados”, disse.