Por meio dos seus memorialistas Octavio David Filho, Walter Galo e Ademar Bertoldo, o apelo desta coluna Memória para que Ribeirão Pires, pelos seus filhos, se manifestassem sobre os destinos do armazém ferroviário da estação foi ouvido. Galo e Otavinho estiveram com o grupo que se avistou, semana passada, com o prefeito Clovis Volpi e sua equipe; Ademar, há tempos, nos enviou a linda fotografia de hoje, que pertence ao acervo do radialista José Wladimir Gorginski.

A reunião foi boa e produtiva, conforme narrou o Diário. Mas nestas ocasiões é sempre importante focalizar um assunto às vezes espinhoso: o do posicionamento dos estudiosos da memória de uma cidade.

O governante, muitas vezes, tem arrepios ao atender esse povo que se preocupa com ‘velharias'. Isso quando os recebe. Para o governante, como para o religioso, o importante é marcar a sua passagem pelo poder público, ou de igreja, construindo obras. Uma igreja tombada é considerada um horror, diante do padre, pastor ou outra figura litúrgica. Pela cultura brasileira o ato do tombamento é imaginado como o do congelamento. Imaginem uma igreja que não pode ser ampliada: como ficarão os novos fiéis sem espaço para orar?

O pensamento do governante político é semelhante. Vejam o caso de Ribeirão Pires: entre os trilhos da ferrovia e a Avenida Capitão José Gallo finalmente conseguiu-se autorização e recursos para uma obra de porte como o da estação rodoviária. E no meio do caminho, um armazém velho e sem graça. Ainda mais com o grito dessa gente que quer manter o armazém.

Penso que ao Instituto do Patrimônio Histórico do ABC, liderado pelo Dalton Edson Messa e pela Anna Gedankien, há um papel importante de também conscientizar para a importância de se voltar um pouco vistas para a nossa História. Foi isso que ocorreu na audiência com o prefeito Volpi. Acho que faltou isso no caso da capela do bairro Sertãozinho, em Mauá, atropelada de morte pelo complexo do Rodoanel.

Mais do que correr atrás do prejuízo deve-se antecipar a ele, para que males maiores não venham a acontecer.

NEGATIVO
No caso da audiência dos memorialistas com o prefeito de Ribeirão Pires ficou um ponto altamente negativo: selecionou-se quem pôde e quem não pôde participar; e a imprensa, à exceção deste repórter, teve de esperar do lado de fora. Por que a discriminação? Quem foi o responsável por ela?

DIÁRIO HÁ 30 ANOS
Domingo, 29 de outubro de 1978

Serra do Mar - Quinze bicas do sistema Anchieta-Imigrantes estão com água contaminada.

Diadema - Comunidade Inamar acolhe menor carente, narra o jornalista Eduardo Dantas.

São Caetano - Sinval, por uma arte brasileira acessível à cultura de seu povo, escreve o jornalista Rafael Guelta.

São Bernardo - No ciclo de debates sobre as favelas, que foi realizado na Câmara Municipal, a conclusão aponta para o modelo econômico nacional, relata o jornalista Paulo Augusto.
Crônica 1 - "Separação dos reis" (Guido Fidelis).

Crônica 2 - "Os intransigentes que o são até um certo ponto" (Júlio Pinheiro & Hermano Pini Filho).

Crônica 3 - "Falou, general, mas ouça o que tenho a dizer!" (Roterdan Cravo & Fausto Polesi).

Crônica 4 - "Dito e Feito" (Fernando Sabino).

Meio Ambiente - "A Represa Billings está fétida, poluída, morrendo, e do fundo de suas águas clama por mais atenção, carinho, amor e justiça" (manifesto distribuído no encerramento da Festa dos Navegantes, em Eldorado, Diadema).

EM 30 DE OUTUBRO DE...

1963 - Mantida a greve pela encampação da Refinaria de Capuava, em Mauá, que eclodiu em 28 de outubro. Durante 17 dias a maioria dos trabalhadores permaneceram parados, mas a refinaria funcionou com o trabalho de 104 funcionários que não aderiram ao movimento.
HOJE
Dia do Balconista, Dia do Comerciário e Dia Nacional do Ginecologista e Obstetra.

SANTOS DO DIA
Geraldo de Potenza, Germano, Lupércio, Marcelo (mártir), Vitório e Zenóbia (ou Cenóbio).
* Germano foi bispo de Cápua de 516 a 541, ano de seu falecimento.

Ademir Médici é jornalista e autor de livros sobre a memória do Grande ABC

SANTO ANDRÉ
IRENE FAUSTINO DE LIMA, 53 anos. Anteontem. Cemitério Vila Pires.
SEBASTIANA CAVALCANTE DE SOUZA, 74 anos. Anteontem. Cemitério Jardim da Colina, São Bernardo.
JOSE AMÉRICO BARBOZA, 71 anos. Ontem. Cemitério Curuçá.
FRANCISCO TIAGO DE SOUZA, 66 anos. Anteontem. Cemitério Jardim da Colina, São Bernardo.
OVÍDIO FERNANDES DA SILVA, 90 anos. Ontem. Cemitério Santa Lídia, Mauá.
FLORENTINA DA SILVA MARCHETTI, 62 anos. Ontem. Cemitério Vila Pires.

SÃO BERNARDO
DÉBORA MOREIRA DA CUNHA, 70 anos. Anteontem. Cemitério: Cemitério Vila Euclides.
NAIR ALVES MARTORANO, 75 anos. Anteontem. Cemitério dos Casa.
DURVAL MARSURA, 52 anos. Ontem. Cemitério Vila Euclides.
LUISA DE SOUZA, 101 anos. Ontem. Cemitério Tremembé, S.Paulo

DIADEMA
ANTÔNIO LOPES, 77 anos. Anteontem. Cemitério Municipal.
SEVERINO RAMOS DE ALMEIDA, 66 anos. Ontem. Cemitério Jardim da Colina, São Bernardo.
ANA ISABEL GONÇALVES, 89 anos. Ontem. Cemitério Vale da Paz.
LAURENTINA FRANCISCA DE OLIVEIRA Cantolino, 77 anos. Ontem. Cemitério Saudade, Taboão da Serra

MAUÁ
OVÍDIO FERNANDES DA SILVA, 90 anos. Ontem. Cemitério Santa Lídia.
JOSÉ JERÔNIMO DA SILVA, 63 anos. Ontem. Cemitério Santa Lídia.
MARIA DA GLORIA CANDEIA, 85 anos. Ontem. Cemitério Santa Lídia.

RIBEIRÃO PIRES
GERALDO MARTINS, 76 anos. Anteontem. Cemitério São José.
ARINDA DE SOUZA, 76 anos. Anteontem. Cemitério São José.
ANTÔNIO RIBEIRO, 49 anos. Anteontem. Cemitério São José.