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Faculdade de idosos não inicia ano letivo por falta de espaço

Projeto vinculado à Prefeitura de São Bernardo deveria ter começado no início de fevereiro; administração promete solução para impasse

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
24/02/2017 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


 Cerca de 350 alunos da Fati (Faculdade da Terceira Idade), em São Bernardo, ainda não começaram as aulas neste ano por falta de espaço físico. O período deveria ter sido iniciado em fevereiro, porém, os alunos foram comunicados de que o local, antes cedido pela Prefeitura, não seria mais disponibilizado. Com medo de que os serviços tivessem fim, alunos se mobilizaram.

A Fati surgiu em 1996 e atualmente fornece a idosos aulas de conhecimentos gerais, condicionamento físico, ginástica e línguas, como inglês e espanhol. Os encontros ocorriam até três vezes na semana, no CRI (Centro de Referência do Idoso) e na Faculdade de Direito da cidade. Atualmente, o serviço era prestado por meio de parceria entre a Prefeitura e a Coofati (Cooperativa de Professores para a Terceira Idade e Afins).

Visando impedir o fim do projeto, alunos e professores organizaram abaixo-assinado com 1.800 assinaturas. “Gostaríamos de solicitar um espaço físico para continuar as atividades. Os alunos estão muito ansiosos”, afirmou a coordenadora pedagógica da instituição Salete Valentim.

Mesmo morando em Diadema, a dona de casa Neusa Bertin, 81 anos, frequenta as aulas há quatro anos e atribui a elas a melhora do reumatismo. “É maravilhoso. É a vida dos velhinhos. Faço dança de salão, ioga e espanhol.”

Maria da Silva, 68, pega o ônibus sozinha no Ferrazópolis para frequentar as aulas. “Não vejo a hora de encontrar o pessoal e trocar receitas. É ótimo para que a nossa cabeça não fique ruim”, disse.

Os idosos pagam mensalidade de R$ 136 pelo serviço. O valor é repassado à cooperativa para manter a remuneração dos profissionais. “Precisamos de solução para o problema, já que estamos sendo cobrados pelos alunos. Pedimos que isso seja feito o mais rapidamente possível”, afirmou a professora Cibele Tongolato.

A Prefeitura garantiu que não encerrará as atividades e definiu prazo de 30 dias para normalizar a situação. Por meio de nota, afirmou que o projeto foi vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania em 1998 e explicou que “o convênio previa gratuidade para idosos encaminhados pela Sedesc, na proporção de 10% de número de alunos atendidos pela Fati (...). O convênio finalizou em dezembro de 2016, porém, de acordo com a Lei Orgânica de Assistência Social, com o Suas (Sistema Único de Assistência Social) e com a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais e outras legislações federais recentes, o projeto não poderá ter mais vinculação na Assistência Social, por divergência de público-alvo, objetivos, além da questão de pagamento de mensalidades”.




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