Política Titulo Prioridade invertida
Pavin mantém cabeça em S.Caetano

Semasa, sob sua superintendência, permanece com problema nas contas

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
28/02/2012 | 00:44
Compartilhar notícia


A manobra firmada pelo superintendente do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), Ângelo Pavin, de transferir restos a pagar para o exercício de 2012 para, teoricamente, apresentar superávit de R$ 3 milhões e culminar débito de R$ 14 milhões no balanço do primeiro mês do ano não foi bem digerida até entre aliados. A estratégia foi encarada como resultado de a cabeça de Pavin estar em São Caetano.

Mesmo com o caos nas contas da autarquia, o superintendente articulou a migração do vereador de São Caetano Paulo Pinheiro do PTB para o PMDB, partido pelo qual também assinou ficha de filiação em 2011 e, por alguns meses, ocupou, inclusive, a presidência do diretório.

Ex-vereador de São Caetano, Pavin disputou o processo eleitoral de 2008 pelo PTB, mas não obteve sucesso. Ele entrou nas fileiras petebistas para contribuir pela reeleição do prefeito José Auricchio Júnior (PTB), só que o agora peemedebista não teve o espaço aguardado no Palácio da Cerâmica, ocasionando no conflito com o Executivo. O entrave com Auricchio, junto com o interesse de Pinheiro em ser candidato ao Paço, consolidou o grupo dissidente do governo.

Recentemente, o prefeito de Santo André, Aidan Ravin (PTB), demonstrou descontentamento com Pavin. Segundo ele, o superintendente "usou a velha política" no município de seu correligionário, tratando de interesses partidários sem diálogo. A declaração do petebista, que não mantém relação estreita com Auricchio, mostrou o clima político de desacordo vivido com o comandante da autarquia, que balança no cargo. No meio político, a chefia do Semasa foi oferecida a outros aliados, que não aceitam o convite por conta da dificuldade em acertar o imbróglio no fim da gestão.

A falha na contabilidade do Semasa foi detectada no fim de 2010. O balancete da autarquia revelou rombo de R$ 26 milhões. Na ocasião, os números no vermelho motivaram a convocação do superintendente na Câmara para prestar esclarecimentos, além de pedido de instauração de CPI. Em setembro, as contas apresentavam débito de R$ 56,5 milhões.

Pavin não foi localizado para comentar a situação.

 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;