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Sinfônica andreense sobe a serra
Ricardo Ditchun
Da Redaçao
11/07/1999 | 15:57
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A Orquestra Sinfônica de Santo André sobe a serra da Mantiqueira e se apresenta nesta segunda na 30ª ediçao do Festival de Inverno de Campos do Jordao. Sob regência de Flavio Florence, ela entra no palco do Auditório Cláudio Santoro às 21h. O programa inclui como solistas o oboísta Washington Barella e o violinista Fabian Figueiredo, além das cantoras do Studio Coral, regidas por Marco Antonio da Silva Ramos. A apresentaçao, com ingressos a R$ 10, também marca dez anos de presença ininterrupta da orquestra andreense no festival, um grupo que, durante muito tempo, foi o único representante do Grande ABC em Campos do Jordao.

O programa, bastante variado, é, segundo Florence, uma mistura de tudo o que tem sido mostrado, e aprovado pelo público, em Santo André: "Ninguém vai a Campos do Jordao para experimentar. É uma vitrina importante que, do ponto de vista artístico, e a longo prazo, costuma render bons frutos para os grupos que se apresentam. A própria peça que terá Washington Barella como solista (Concerto para oboé, de Mozart), embora pareça novidade, já foi executada antes (junho de 1996) com Joel Gisiger como solista".

A noite começa com a abertura de Fosca, a melodramática ópera composta pelo brasileiro Antônio Carlos Gomes (1836-1896) e considerada por ele como sua obra-prima. Em seguida, da vasta produçao de Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791), o concerto com solo de Barella, instrumentista nascido em Piracicaba e atualmente radicado na Alemanha, onde integra a orquestra mantida por uma rádio de Baden-Baden. Depois do intervalo, a orquestra retorna para executar o cartao de visitas de Samuel Barber (1910-1981): Adágio para cordas, uma obra curta, muito expressiva e de temática absolutamente passional.

A peça seguinte, com a participaçao especial do maestro Silva Ramos e do Studio Coral, é Noturnos, tríptico sinfônico com coro feminino, de Claude Achille Debussy (1862-1918). Dos três movimentos, Nuvens, Festas e Sereias, o último costuma ser suprimido por seu grau de dificuldade e pelo fato de exigir um coro. Nada mais lamentável, pois, como quis Debussy, trata-se da terceira parte de um todo indivisível. O primeiro evoca o céu, imutável e com a marcha melancólica das nuvens. Festas retrata a ocorrência brusca das mudanças nos tons da luz atmosférica. O mar, e seu ritmo eterno, toma lugar em Sereias. Elas aparecem passeando e cantando sobre as ondas banhadas pela luz da Lua.

Don Juan - A próxima obra a ser visitada pela Sinfônica de Santo André é a de Richard Strauss (1864-1949). Com solo do violinista Figueiredo, de Santo André, será executado o poema sinfônico Don Juan, uma obra-prima criada pelo prodígio alemao quando este tinha apenas 24 anos. A composiçao explora a faceta trágica do personagem, ressaltando temas como a sensaçao de saciedade de paixoes, as premoniçoes da morte e a soberba de quem deseja abarcar todo o gozo da humanidade. Para finalizar, trechos de obras de Franz Lehar, Giacomo Puccini, George Gershwin, Edward Elgar e mais Mozart e Carlos Gomes.




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