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Máfia italiana está atuando em bingos, diz PF
Por Do Diário do Grande ABC
06/11/1999 | 16:00
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A Polícia Federal (PF) já reuniu provas de que a Máfia italiana investiu US$ 300 mil para criar empresas no Brasil de lavagem de dinheiro do narcotráfico e para controlar todo o mercado de bingos no país. Um brasileiro que seria ligado à Máfia criou um esquema de "venda" de autorizaçoes do Instituto Nacional do Desenvolvimento do Desporto (Indesp) por R$ 15 mil cada. A PF identificou e deve prender na próxima semana um mafioso no país, que está com prisao decretada na Itália.

A PF já reuniu documentos para provar que o mafioso italiano Lillo Lauricella, preso na Itália por tráfico de cocaína e heroína, abriu empresas no Brasil em sociedade com outros empresários. A informaçao consta na carta rogatória enviada pela Divisao Anti-Máfia italiana ao Supremo Tribunal Federal no ano passado. Ali consta que Lauricella é sócio do também italiano Giuseppe Aronica na empresa Betatronic Produtos Eletrônicos Ltda.

Lauricella aparece como sócio das empresas de Alejandro Ortiz de Viveiros e Alejandro Ortiz Fernandes, de Sao Paulo. Viveiros é apontado como o braço-direito da Máfia no Brasil e Fernandes é o dono da NeoJuegos, empresa que recebeu a primeira autorizaçao do Indesp este ano para operar máquinas de videobingo. Já Aronica aparece como sócio de Viveiros. Os italianos, que estiveram no Brasil, criaram empresas de bingo, de exportaçao e importaçao, para lavar o dinheiro que ganharam com o narcotráfico internacional. O mafioso que estaria em território nacional e em vias de ser preso mora em Sao Paulo. Teria nascido na França, mas foi condenado na Itália por envolvimento com o esquema de Lauricella.

Um empresário paulista, que também seria ligado ao esquema da Máfia, montou um escritório na cidade para vender autorizaçoes para funcionamento de bingos do Indesp por R$ 15 mil cada. A PF já levantou provas da venda de certificados, mas ainda nao finalizou as investigaçoes. Aos poucos, a PF está constatando na prática a denúncia feita pelo Ministério Público, de que a Máfia italiana tentou controlar o sistema de bingos no país. A PF checará se um grupo de professores de três universidades brasileiras também estaria envolvido com o esquema. Os institutos em que eles trabalham faziam a certificaçao de máquinas de bingos.




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