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Marinho culpa Marta por atraso em museu

Prefeito de São Bernardo diz que Ministério da Cultura não repassou verba; obra está paralisada

Por Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
13/01/2015 | 07:09
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Nario Barbosa/DGABC


O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), culpou ontem a gestão Marta Suplicy (PT) à frente do Ministério da Cultura (a petista chefiou a Pasta entre setembro de 2012 e novembro de 2014) pelo atraso das obras do Museu do Trabalho e do Trabalhador, que deveria ter sido entregue há dois anos.

A fala de Marinho foi proferida um dia depois de a senadora e ex-prefeita da Capital, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, tecer duras críticas à postura do partido, incluindo a presidente da República, Dilma Rousseff, e sinalizando saída da sigla.

“Foi um atraso de repasse de recurso do Ministério da Cultura. Isso está muito claro que está sendo retomado e espero que não atrase nada mais para concluir”, justificou Marinho, insinuando que a falta de verba ocorreu por responsabilidade da senadora petista.

O contrato entre Prefeitura de São Bernardo, Ministério da Cultura e Construções e Incorporações CEI – responsável pela obra – teve rubrica de Juca Ferreira, então ministro da Cultura do governo de Luiz Inácio Lula da Silva e que retornou ao cargo no segundo mandato de Dilma. Juca Ferreira foi um dos mais criticados por Marta quando seu nome foi anunciado.

Com o objetivo de homenagear padrinho político de Marinho, o ex-presidente Lula, o projeto está longe de ser concluído. O edifício, localizado no antigo mercado municipal central da cidade, em frente ao Paço, está abandonado. O canteiro está tomado de entulho. Vigas, pedras e madeiras estão espalhadas em torno da estrutura, que está erguida, mas sem acabamentos de pintura e assentamentos.

Em julho do ano passado, foram constatados os primeiros indícios dos problemas nas obras, quando não era mais notada a presença de trabalhadores na localidade, além do desaparecimento do teor das placas indicativas sobre prazo e investimentos dos serviços.

Irregularidades também foram averiguadas, em relação à idoneidade da empresa contratada. A mais emblemática foi publicada pelo Diário em setembro de 2013, revelando que o sócio da Construções e Incorporações CEI era eletricista desempregado, residente na periferia de Diadema. Provável laranja, Erisson Saroa Silva possuía R$ 10,4 milhões em participações da empresa.

O MPF (Ministério Público Federal) passou a investigar a construção do museu a partir desse caso. O governo Marinho não aplicou multa à empreiteira, mas levou o episódio ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), órgão que não enxergou irregularidades. O processo no MPF, entretanto, continua.

Procurado, o Ministério da Cultura informou que necessitará de tempo para averiguar as acusações de Marinho, já que Juca Ferreira tomou posse como ministro somente ontem (leia mais na página 6).




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