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Petrobras amplia verba de publicidade em tom ufanista
06/09/2009 | 07:16
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Para cumprir a determinação do governo de exaltar o sentimento nacionalista e a tendência estatizante, a Petrobras redirecionou suas campanhas publicitárias para mensagens de cunho ufanista e patriótico, deixando em segundo plano a exposição dos seus produtos.

O pré-sal, cujo marco regulatório foi lançado segunda-feira pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, virou o carro-chefe da grande campanha iniciada pela estatal.

A Petrobras recusa-se a dar detalhes sobre os valores pagos por sua publicidade - trata-se de uma questão de mercado, diz -, mas a Secom (Secretaria da Comunicação de Governo) informou que a verba global da estatal para este ano é de R$ 310 milhões, em 2010, ano eleitoral, o valor previsto em gastos com publicidade é de R$ 480 milhões.

A ideia passada por quatro peças publicitárias que estão no ar é que, com o pré-sal, a Petrobras descobriu a riqueza do futuro para o povo da Nação que só despertou depois da posse de Lula. Isso tudo, num abismo de 7.000 metros, no Oceano Atlântico, num desafio tecnológico sem precedentes.

Na propaganda, a Petrobras diz que é hoje uma das empresas mais admiradas do mundo e a única a já retirar petróleo do pré-sal.

Ao mesmo tempo em que busca provocar em cada cidadão o sentimento de orgulho por ter nascido num País que, segundo a publicidade, já é autossuficiente em petróleo - embora ainda importe óleo leve, o Brasil consome por dia 2 milhões de barris e produz 2,5 milhões, de acordo com dados do Ministério de Minas e Energia -, a propaganda tenta passar para a sociedade a impressão de que a empresa está sendo vítima de injustiças.

Principalmente por parte do Senado, que abriu CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar supostas irregularidades em contratos da estatal. Cada peça tem 30 segundos.

Ao lançar o marco regulatório do pré-sal, no dia 31, o presidente Lula avisou que o assunto não era apenas para os iniciados. Nem tampouco um tema que deva ficar restrito ao Congresso. Ao contrário, ele "interessa a todos e depende de todos", disse Lula. E prosseguiu: "Por isso mesmo, quero convocar cada brasileiro e cada brasileira a participar desse grande debate".




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