O Centro Hospitalar Municipal de Santo André ganhará até o fim de janeiro enfermaria exclusiva para trauma, com 26 novos leitos. O objetivo é dar atendimento especializado e centralizado para pacientes politraumatizados e, na maioria dos casos, envolvidos em acidentes de trânsito, principalmente com motos.

Segundo o DataSUS, banco de dados do Ministério da Saúde, o número de mortes de motociclistas subiu 590% no Grande ABC nos últimos dez anos, de 2001 (com dez vítimas) a 2011 (69). Apenas em Santo André, no mesmo período, o crescimento foi de 125%, passando de quatro para nove vítimas.

A alta demanda de feridos nesses acidentes foi o que motivou a criação da enfermaria de traumas no CHM, segundo o diretor da unidade de Saúde, José Antonio Souto Tiveron. “Nos últimos anos a demanda cresceu muito.

A criação da enfermaria de trauma facilita o trabalho tanto do médico quanto do setor de enfermagem, por conta dos cuidados específicos exigidos pelos pacientes que sofrem politraumas.”

Tiveron explicou ainda que a criação da ala irá proporcionar a redistribuição de alguns setores do hospital. “Essas áreas estão hoje muito cheias, com leitos além da capacidade. Vamos solucionar esse problema.” O valor do investimento não foi divulgado pela administração municipal.

Além da enfermaria, será entregue também em janeiro a reforma completa do centro de diagnóstico do hospital, custeada pela prestadora de serviços do laboratório. Em agosto, o CHM recebeu aparelho de ressonância magnética que exigiu diversas mudanças e adaptações no local, que estão em fase final. O diretor destaca que de lá para cá foram feitos 1.000 procedimentos e a fila de espera pelo exame, que era de cerca de dois anos e meio, baixou para seis meses.

Ensino

Por se tratar de um hospital de ensino da Faculdade de Medicina do ABC, o CHM criou centro de estudos e equipou a biblioteca com acesso à internet. “Os médicos residentes e internos precisam desse local para aprimorar seu conhecimento. Melhoramos o hospital para o paciente e também para o funcionário”, afirma Tiveron.

Mortalidade nas vias da região aumenta 11,5% em dez meses

O número de mortes no trânsito da região aumentou 11,5% entre janeiro e outubro, comparado com o mesmo período do ano passado. Neste ano, foram 126, contra 113 em 2012. Os dados são da SSP (Secretaria de Estado da Segurança Pública).

A cidade com mais ocorrências é São Bernardo, com 45 homicídios culposos – sem intenção de matar – por acidentes no trânsito. O município é o mais populoso do Grande ABC, com cerca de 800 mil habitantes, e também conta com a maior frota, com cerca de 530 mil veículos, de acordo com o Denatran (Departamento Nacional de Trânsito). Em seguida, está Santo André (29), Diadema (26), Mauá (14), Ribeirão Pires (oito) e São Caetano (quatro). Rio Grande da Serra não registrou nenhum episódio.

As estatísticas sobre lesões corporais provocadas por acidentes de trânsito também colocam a região em alerta. Durante os dez primeiros meses do ano, foram 5.148 casos, média de 17 por dia, mesma do ano passado.