Os três usuários do Pronto-Socorro Central de São Bernardo que sofreram agressões de dois seguranças na quinta-feira foram ouvidos pela Secretaria de Saúde, que instaurou comissão de sindicância para investigar a conduta dos profissionais. Eles permanecem afastados, sem remuneração, após comprovação do uso exagerado de força pelas imagens das câmeras de segurança da unidade.

Agora, a Fundação ABC, Organização Social de Saúde responsável pela contratação dos vigilantes, aguarda o envio do relatório final com as recomendações da Prefeitura. O documento incluirá as providências a serem tomadas a respeito do treinamento e capacitação dos profissionais e o futuro dos agressores.

Uma das mulheres agredidas, a auxiliar de cobrança Karina Guglielni, 29 anos, registrou boletim de ocorrência no sábado. Ela e o marido, também vítima, farão hoje o exame de corpo de delito. "Espero que esses profissionais recebam treinamento adequado e os envolvidos sejam demitidos. Não entendemos a agressão. No dia, depois da confusão, trocaram os vigilantes e conversei com outros que eram bem mais educados", revelou.

Ontem, foram ouvidos pela comissão funcionários que estavam de plantão no dia do ocorrido, além de um dos agressores, que não teve sua identidade revelada pela Prefeitura.

Segundo o secretário de Saúde, Arthur Chioro, todos tiveram bom desempenho durante o processo de capacitação e treinamento, que deverá ser revisto após a conclusão da sindicância.

CASO

A discussão no pronto-socorro na noite de quinta-feira começou quando o marido de Karina quis acompanhar a mulher até o corredor dos consultórios médicos. Por questões estruturais, a entrada do acompanhante só é permitida para amparar idosos, gestantes ou menores de idade. Nervosos, os seguranças partiram para a agressão para retirá-lo da área. Uma paciente que quis registrar a briga com o aparelho celular também levou um soco no braço.