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Mudanças para outras redes

Adolescentes deixam o Facebook para trás na busca por ferramentas eficientes e conteúdos mais leves

Tauana Marin
Diário do Grande ABC
08/07/2018 | 07:00
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Oswaldo Corneti/Fotos Publicas


Das 24 horas que compõem o dia, parte razoável delas acaba sendo ‘gasta’ pelas pessoas na conexão com redes sociais e aplicativos, onde se comunicam, opinam sobre diversos assuntos ou apenas espiam o que ocorre em sua timeline. O leque de opções na internet é bem variado, com Facebook, Instagram, Snapchat, Twitter, YouTube e WhatsApp, entre exemplos mais conhecidos, com espaço de destaque nos smartphones e computadores, sendo importantes, inclusive, nas tarefas diárias.

Claro que existem preferências entre os usuários, mas as faixas etárias não mostram o mesmo tipo de interesse. Mais popular no mundo virtual, o Facebook parece não ser mais a primeira opção entre os adolescentes, que buscam outros sites para interagir. É o que aponta a pesquisa norte-americana Adolescentes, Mídias Sociais e Tecnologia, realizada entre os meses de março e abril com jovens de idade entre 13 e 17 anos.

Segundo o levantamento, o YouTube é a plataforma mais usada pelos jovens (com preferência de 85% dos entrevistados), seguido por Instagram (72%) e Snapchat (69%), este último apontado como a página acessada com mais frequência (35%). A criação de Mark Zuckerberg está em quarto lugar na lista, usado por ‘apenas’ 51% dos jovens. Há três anos, o resultado da mesma pesquisa a colocou com 71% do gosto dos participantes. Os entrevistados revelaram que as ferramentas das outras redes, casos de filtros, recursos com câmeras e atalhos para troca de mensagens, são mais atraentes.

O exemplo de ‘migração’ digital é dado por Leonardo Pasquarelli Fernandes, 17 anos, de Santo André. Apesar de ter conta no Facebook, o estudante opta por passar grande parte do tempo entre WhatsApp, Instagram, Twitter e YouTube. “São pontos de informações bastante utilizados e, por isso, atualizados a cada segundo. O que acho que aconteceu é que o Facebook perdeu a graça quando as pessoas, em especial os mais velhos, começaram a falar excessivamente de política, roubo, mortes e problemas mais graves e negativos. Antes, o Face se baseava mais no entretenimento, com postagens engraçadas e muitos memes. Hoje o feed acaba ficando chato”, explica.

Fernandes costuma passar, ao menos, duas ou três horas do dia na internet. “Na contrapartida (ao Facebook), os demais aplicativos ficaram 100 vezes melhores e conseguiram ‘fugir’ dos textões políticos”, exemplifica. Entre os atrativos virtuais preferidos estão os milhões de vídeos do YouTube. “Para quem gosta de música é ótimo porque vemos clipes e todos os lançamentos. Além disso, vejo vídeos dos canais que estou inscrito e assisto aos jogos da Copa do Mundo ao vivo.”

A adolescente Júlia de Paula Sarmento, 14, quase nem olha o feed do Face e reserva cerca de oito horas do dia para se divertir no WhatsApp. O app de conversas e grupos entre familiares e amigos ocupa o primeiro lugar dos mais utilizados pelos brasileiros, segundo dados do estudo Conectaí Express. O ranking nacional ainda traz o Facebook e o Instagram para completar o pódio.

“O Facebook ficou ultrapassado. Todos os dias são as mesmas publicações. No início fui atraída por ser novidade e o fato de ter facilitado bastante a comunicação. Passamos a encontrar pessoas que há tempos não víamos. Isso foi o grande lance”, lembra a andreense. Atualmente, Julia procura outras redes para seguir os amigos e estar mais perto das pessoas de quem é fã. “Muitos artistas recorrem ao Instagram para fazer stories, fazer as transmissões ao vivo e contar coisas do dia a dia, curiosidades. Não vemos isso no Face (o sistema de ‘histórias’ curtas também existe no site, mas é pouco aceito e utilizado pela maioria dos usuários). É uma forma de você acompanhar seu ídolo, além de, é claro, amigos e família”, diz ela, reforçando ainda que o material do YouTube é capaz de “ter tudo” em relação ao entretenimento.

Caso queira, Zuckerberg precisa encontrar maneiras de voltar a chamar a atenção dos mais jovens, prontos para fugir do que os adultos ‘tomam’ conta. O mar da internet tem barcos para navegantes de todos os tipos, cada um com a rede que preferir. 




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