Política Titulo Eleições 2016
PT recorre às raízes em Diadema

Depois de perder eleição em 2012,
legenda aposta no sindicalista Maninho

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
25/04/2016 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


O PT de Diadema decidiu recorrer às raízes para tentar retomar o comando do primeiro município administrado por um petista. Manoel Eduardo Marinho, o Maninho, tem trajetória sindical, semelhante à de Gilson Menezes, o primeiro prefeito do partido, eleito em 1982.

Assim como Gilson, Maninho tem o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC como sua base política. Ele foi metalúrgico por empresas de São Bernardo e Diadema antes de entrar na direção da categoria. E viu, de longe, apenas Gilson Menezes ser colocado como candidato a prefeito de Diadema com origens sindicais.

Em 1988, a legenda lançou o médico José Augusto da Silva Ramos como prefeiturável – ele era secretário de Saúde do governo Gilson, mas não teve apoio do então prefeito, que queria emplacar Cláudio Rosa como postulante. Vitorioso naquele ano, Zé Augusto apostou no engenheiro José de Filippi Júnior como sucessor.

Em 1996, o PT diademense viveu sua pior crise. Foi justamente quando Maninho surgiu no cenário político local. Então prefeito, Filippi queria que o candidato a prefeito naquele ano fosse Joel Fonseca, de trajetória sindical. Zé Augusto bateu o pé e exigiu que ele fosse representante do petismo naquele pleito. O médico venceu conturbadas prévias – com denúncias de inclusão de filiados às vésperas da escolha. Maninho estava ao lado de Zé Augusto na ocasião. E foi eleito pela primeira vez vereador justamente quando o PT perdeu a hegemonia na política local, já que Gilson Menezes, pelo PSB, derrotou Zé Augusto no segundo turno.

Depois desse episódio, o PT disputou quatro eleições em Diadema. Venceu em 2000 e 2004, com Filippi. Triunfou também com o arquiteto Mário Reali em 2008 (indicação direta de Filippi). Mas perdeu em 2012, quando Reali viu o vereador Lauro Michels (PV) superá-lo no segundo turno.

Além de ser o primeiro prefeiturável do PT com origens sindicais desde Gilson Menezes, Maninho será o único vereador a ser candidato a prefeito pelo partido. Gilson, Zé Augusto, Filippi e Reali nunca passaram pela Câmara de Diadema – todos foram deputados.

PRISÃO E CONDENAÇÃO
Maninho foi preso em junho de 2008, sob acusação de invasão de terreno particular no bairro Eldorado, em Diadema. Ele foi reconhecido por uma testemunha, que à época o classificou como um dos líderes do ato. Boletim de ocorrência da ocasião relatava que 100 pessoas, armadas com facões, enxadas e foices, forçaram a entrada em uma área particular.

Maninho ficou preso por 40 horas, alegando inocência. Em julho de 2014, foi absolvido de ação penal por falta de provas de que teria incitado a invasão. Ele respondia pelos crimes de formação de quadrilha, constrangimento ilegal e esbulho possessório (retirada total ou parcial da posse por violência ou precariedade do setor privado).

O petista, entretanto, foi condenado pela Justiça por ter recebido auxílio-paletó enquanto vereador de Diadema. Em 2002, parlamentares decidiram que tinham de receber benefícios semelhantes aos dos deputados federais (argumento era que o salário é fixado com base nos ganhos dos deputados). O Ministério Público acionou os vereadores envolvidos e a Justiça acatou. Até hoje Maninho paga pelos valores obtidos naquela época.

DERROTA NAS URNAS
O pré-candidato a prefeito pelo PT sofreu derrota nas urnas em 2004. Naquela eleição em busca de seu terceiro mandato consecutivo de vereador, Maninho conquistou 2.667 votos, insuficientes para regressar ao Legislativo – naquele pleito o PT elegeu Irene dos Santos, Zé do Norte, José Antônio da Silva, pastor Jair Batista, e Marco Antônio Ernandez, o Marquinhos.

Maninho exerceu três anos e meio de vereança graças a uma manobra capitaneada pelo prefeito Filippi: Zé Antônio foi convidado a ser secretário de Educação, aceitou e abriu espaço ao então suplente.




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