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Habilitação sobe 15% com uso de simulador

Preço médio das aulas no equipamento varia entre R$ 100 e R$ 250; item é obrigatório

Por Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
08/01/2014 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


O uso de simuladores durante o processo de formação de motoristas irá elevar em cerca de 15% o preço da CNH (Carteira Nacional de Habilitação) em todo o Estado. O aluno que se matriculou em autoescola a partir do dia 1º precisa passar por cinco aulas no equipamento. A obrigatoriedade do treinamento foi definida por resolução do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) assinada em junho passado.

O presidente do Sindicato das Autoescolas de São Paulo, José Guedes Pereira, informa que, em média, o preço da habilitação no Estado varia de R$ 1.100 a R$ 1.200. Assim, o aluno que fizer matrícula neste ano desembolsará de R$ 165 a R$ 180 a mais em razão do uso do simulador. Segundo Pereira, apenas quatro empresas são homologadas pelo Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) para desenvolver o sistema. O aparelho custa entre R$ 35 mil e R$ 40 mil.

Em São Bernardo, no entanto, o peso no bolso será menor. O presidente da Associação das Autoescolas da cidade, Orivaldo Rui Marchi, afirma que as cinco aulas sairão por R$ 100. Marchi, que é proprietário de dois CFCs (Centros de Formação de Condutores), adquiriu dez simuladores, todos já instalados e prontos para uso. “Algumas escolas alugaram os aparelhos, por isso fica mais caro”, explica. Ele garante que a oferta é suficiente para atender o número de alunos no município, que é de 800 a 1.000 pessoas por mês.

Apesar do aumento nos gastos, Pereira se diz favorável ao treinamento. “A máquina simula situações como chuva, névoa e direção em período noturno. É muito importante para o aluno que nunca teve nenhum tipo de contato com o veículo.” No equipamento, que lembra um fliperama, também é possível fazer configurações como calibragem de pneus, agressividade dos outros motoristas e até ingestão de bebidas alcoólicas. Ao lado do monitor principal, dois visores reproduzem as imagens laterais e dos retrovisores.

Para estimular o uso do cinto de segurança, o passeio virtual só pode ser iniciado depois que o item é afivelado. Na troca de marchas, a cabine emite som quando o câmbio é acionado sem que a embreagem tenha sido pressionada de forma adequada. O ruído é semelhante ao de quando a marcha é ‘arranhada’.

O excesso de velocidade também é acusado pelo sistema. Quando o motorista excede o limite estabelecido, um aviso é mostrado na tela. Outras infrações também são comunicadas, como direção imprudente, conversão sem seta e uso inadequado da buzina. A aula dura meia hora e é acompanhada por instrutor. Ao término do treinamento, é emitido laudo que aponta todos os erros cometidos. “Isso é analisado pelo profissional, para evitar que a situação seja repetida”, comenta Marchi.

Para evitar fraudes, a aula só pode ser iniciada após verificação biométrica. Aprendiz e instrutor passam o dedo em leitor de impressão digital. Se a informação for idêntica ao cadastro de ambos, o sistema é liberado. Segundo Marchi, câmeras são instaladas em cima do monitor principal e no alto da sala, e as imagens são enviadas para a Prodesp (Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo).
 

Grande ABC forma cerca de sete condutores por hora

Cerca de sete novos motoristas são formados a cada hora no Grande ABC. Os dados do Detran (Departamento Estadual de Trânsito) são referentes ao ano de 2012, quando 59,5 mil carteiras de habilitação foram emitidas pelo órgão – aumento de 45% em relação ao ano anterior, quando foram registradas 41.007 emissões.

Depois da aprovação nos exames teórico e prático, o candidato recebe uma permissão para dirigir. Se, após um ano, o condutor não cometer infrações graves e gravíssimas ou for reincidente em faltas médias, é autorizada a obtenção do documento definitivo.

Segundo o presidente do Sindicato das Autoescolas de São Paulo, José Guedes Pereira, o processo de habilitação costuma demorar até quatro meses, em média. “Se a pessoa tem pressa e disponibilidade para fazer as aulas em menor período de tempo, é possível finalizar todas as etapas em cerca de 60 dias”, comenta.




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