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Tabaco pode agravar e tornar
Covid mais severa para a saúde

Exposição a fumaça do cigarro compromete a funcionalidade dos pulmões e deixa o fumante com risco maior de contaminação

Por Yasmin Assagra
Do Diário do Grande ABC
08/06/2020 | 23:55
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Pixabay


São inúmeros os malefícios que o tabaco pode proporcionar a uma pessoa que fuma – e, muitas vezes, aos familiares e amigos em contato com a fumaça. Em tempos de pandemia pelo novo coronavírus, o fumante acaba se tornando alvo fácil para a Covid-19, sendo mais vulnerável e tendo mais chances de sofrer complicações de saúde. De acordo com especialistas, o cigarro compromete a funcionalidade dos pulmões, agravando a infecção da doença.

Estudo elaborado e atualizado anualmente – com exceção de 2016, quando não foi realizado – pelo Inpes/ USCS (Instituto de Pesquisa da Universidade Municipal de São Caetano) aponta que, em 2019, o número de moradores do Grande ABC com mais de 18 anos que se declaram fumantes é de pelo menos 544 mil pessoas entre as sete cidades, volume correspondente a 19,5% da população total da região. Há uma década, 502,1 mil pessoas se enquadravam na mesma situação, crescimento aproximado de 8% (confira gráfico completo ao lado).

De acordo com o pneumologista da Doctoralia Fábio Marcelo Costa, o risco das complicações pode ser maior em pessoas expostas ao fumo. “Além de prejudicar os mecanismos imunológicos, o cigarro compromete a capacidade pulmonar do indivíduo devido à inflamação e à obstrução das vias aéreas, o que agrava as condições respiratórias do paciente”, detalha.

Além disso, o especialista alerta que, segundo estudos, os fumantes são mais propensos a desenvolver doenças respiratórias e cardiovasculares, e, com isso, o risco de um paciente com a Covid-19 evoluir para um quadro de pneumonia grave é ainda maior. “Possível explicação para isso é que tabagistas, usuários de cigarros eletrônicos e suas variações podem desenvolver ou acentuar doenças pulmonares crônicas, o que aumenta o impacto de um possível contato do vírus com o organismo”, explica Costa.

A pneumologista e docente do curso de medicina da USCS Mônica Silveira Lapa destacou que a nicotina estimula o sistema renina-angiotensina – conjunto de enzimas e receptores envolvidos no controle da pressão arterial –, o que permite a infecção pela Covid. “O vírus (da Covid) já tem uma certa afinidade com essas enzimas, então, em quem já é fumante, essas enzimas já estão em proporção muito maior. Por isso aumenta essa possibilidade de infecção”, declara Mônica.

Ainda de acordo com o estudo do Inpes, cerca de 23,3% dos fumantes são do gênero masculino e 16,2%, feminino. A tendência para este ano, segundo a pneumologista, é aumentar. “Seria um ótimo momento para os pacientes fumantes conseguirem diminuir e até parar de fumar, justamente por estarem mais próximos da família, que ajuda bastante, e não ter contato social também. Porém, existe um outro lado do confinamento, onde existe estresse, ansiedade e, muitas vezes, a depressão, que dificulta esse cenário da redução do tabaco”, observa a docente.

Os especialistas ainda lembram que as pessoas que fumam podem se contaminar com mais facilidade pelo contato constante das mãos com a boca. “Além de prejudicar o bom funcionamento dos pulmões, quando uma pessoa fuma ela coloca a mão constantemente em contato com o rosto e com os lábios, o que aumenta as chances de contaminação pelo novo coronavírus”, finaliza Fábio.  




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