Hoje é o terceiro dia da greve por tempo indeterminado dos cerca de 13 mil trabalhadores da unidade Anchieta da Volkswagen, em São Bernardo, sendo 11 mil na produção e 2.000 nos demais setores. Até o fim do dia terão deixados de ser fabricados em torno de 4.050 automóveis, segundo estimativas do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

Ontem, enquanto sindicalistas e parte dos trabalhadores do chão de fábrica realizavam ronda pela montadora para se certificarem de que estava tudo paralisado, houve tumulto. Ao chegar em local onde fica a diretoria da Volkswagen e o setor de engenharia, o grupo que fazia passeata foi impedido por seguranças de entrar no espaço, e começou uma confusão.

A montadora informou, em nota, que “trata-se de fato isolado ocorrido na Ala 17, onde representantes do sindicato tentavam acessar à força as áreas de desenvolvimento de produto, local de acesso restrito em razão da confidencialidade, para a retirada de empregados que não aderiram ao movimento grevista”.

Segundo o diretor executivo do sindicato, José Roberto Nogueira da Silva, o Bigodinho, de fato foi um caso isolado, mas que os sindicalistas não queriam impedir o trabalho de quem não cruzou os braços. “Sabemos que aquela área é restrita, e que realmente é difícil paralisar quando se trabalha diretamente com os chefes”, rebateu.

Bigodinho contou que a adesão à paralisação chega a 90% dos trabalhadores. “Apenas áreas essenciais, como engenharia, casa de máquinas refeitório e bombeiros não pararam.”

A entidade ainda aguarda contato da montadora.