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PMs envolvidos em morte seguem presos

Corregedoria iniciou processo demissional de policiais acusados de homicídio em boate de Mauá

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
08/01/2015 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Quase três meses após a tragédia que matou o técnico em Rádio e TV Rafael Mendes Caetano, 23 anos, em uma casa noturna de Mauá, três dos quatro policiais militares envolvidos no crime permanecem presos. No dia 12 de outubro, o jovem foi jogado do mezanino da boate para o piso inferior, a uma altura de cinco metros, após se desentender com os agentes. Ele morreu no dia seguinte, no Hospital Mário Covas, em Santo André.

Segundo a Polícia Militar, todos que participaram do caso, direta ou indiretamente, estão com processo administrativo exoneratório em curso. Em outras palavras, estão sendo recolhidas provas para decidir se os quatro envolvidos serão expulsos da corporação.

O caso corre em segredo de Justiça. O irmão da vítima, Thiago Mendes Caetano, 27, disse que o promotor entendeu que um dos acusados não teve participação direta na morte de Rafael. “O que foi solto começou a confusão, mas ele não ajudou os outros a jogarem meu irmão. Estamos acompanhando o caso, mas temos poucas informações oficiais. Ainda não sabemos quando será o julgamento”, disse.

Thiago afirmou também que procurou os donos da boate no início de novembro. “Eles disseram que nos ajudariam com dinheiro.”

A equipe do Diário procurou os representantes do estabelecimento, que disseram que o seguro constatou que a casa não teve nada a ver com a morte do rapaz. “Se o mezanino tivesse desabado, por exemplo, teríamos que pagar uma indenização à família, o que não foi o caso. No momento, meu sócio está cuidando para que a família receba uma ajuda de custos sobre as despesas do enterro, e isso será feito perante o juiz”, disse um dos proprietários, identificado apenas como Beto.

Ele disse também que a boate El Cuervo fechou as portas no dia 30 de novembro. “A casa não existe mais. Depois desse caso e de toda a ampla cobertura da imprensa, não tinha como continuar.”

Para Thiago, os dias sem o irmão estão sendo difíceis. “Eu gostaria que todas as pessoas fossem punidas, inclusive as que estavam junto e não prestaram socorro. Teve gente que não fez nada, mas que saiu normalmente depois que o meu irmão foi jogado. Exigimos que seja feita a justiça.”

HISTÓRICO

Rafael morreu após ser jogado do mezanino da balada, que funcionava na Avenida Portugal. O caso aconteceu em 12 de outubro, ocasião em que Rafael comemorava a conquista de novo emprego.

A confusão teria acontecido depois que o jovem ofereceu bebida a um grupo de policiais que estava na mesa ao lado. Segundo testemunhas, eles se irritaram por terem sido chamados de “parça” (gíria para parceiro) e iniciaram as agressões.

Os assassinos seguraram a vítima enquanto ela era golpeada. Em seguida, o grupo levantou Rafael e o jogou para o piso inferior.

Rafael chegou a ser socorrido ao Hospital Mário Covas, em Santo André, mas morreu no dia seguinte por traumatismo craniano. Os policiais tiveram a prisão temporária decretada no dia 14 do mesmo mês. 




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