Ontem foi dia de contabilizar os estragos para famílias de Santo André e Mauá afetadas pelas chuvas de terça-feira. Equipes das prefeituras percorreram os pontos inundados para limpar a terra e sujeira acumulada.

Entre os pontos mais afetados, destaque para o Centro de Santo André, entorno da Avenida dos Estados e Vila América. Já em Mauá, os mais prejudicados foram a área central, como a Câmara Municipal, bairro Capuava e o Jardim Zaíra, onde houve queda de muro.

Mauá registrou precipitação de 84 mm entre as 17h e 21h. O volume corresponde a um terço do previsto para o mês. Por lá, o deslizamento de barranco provocou a destruição parcial de uma residência na Rua José Candido, no bairro Cerqueira Leite. O acidente ocorreu por volta das 21h da terça-feira e atingiu em cheio o quarto da auxiliar de limpeza Ana Paula Diniz Victorino, 34 anos, no momento em que ela se preparava para dormir. "Estou viva porque fiquei um pouco mais no Facebook, sentada na sala com minha mãe", revela.

Ana Paula destaca que foi a mãe, a dona de casa Carminda Diniz, 68, quem ouviu o barulho da terra cedendo. Ambas saíram correndo para a rua com medo de serem atingidas. Do cômodo atingido, só se salvaram algumas peças de roupas. Os móveis destruídos ainda não haviam sido pagos integralmente.

A casa em que a família de Ana Paula mora há 40 anos foi interditada ontem pela manhã pela Defesa Civil do município e as duas ficarão na residência de um familiar, também em Mauá. A Prefeitura informou que o caso foi encaminhado para a Secretaria de Assistência Social.

CAPUAVA

No bairro Capuava, a água invadiu casas e comércios e deixou as ruas enlameadas na terça-feira. Segundo os moradores, as enchentes são frequentes.

A aposentada Inês de Almeida Bezerra, 88 anos, que mora no Capuava há 42 anos, também sofreu com o temporal. "Já perdi muita coisa em todos esses anos, dessa vez foi a geladeira e alguns móveis. Minha filha quer que eu venda a casa e mude daqui, porque todo ano é assim."

Na Rua George Willian Hauck, os bueiros entupidos pioraram a situação. Apesar das comportas, a água invadiu residências. "Perdi televisão, DVD e rádio", disse Rosiane de Oliveira Santos, 21 anos, que mora no bairro há dois anos. (Colaborou Natália Chaves)