O 1º DP de São Bernardo abriu inquérito para investigar a morte de criança de 1 ano e 2 meses. O menino foi levado pelo padrasto Douglas Alves, 20 anos, à Unidade de Pronto Atendimento 24 horas da Vila São Pedro na manhã de ontem e o óbito foi constatado. A esposa Aline de Oliveira, 20, havia saído para ir ao açougue. Outra filha de Aline, de 3 anos, estava na residência.

Médicos da unidade desconfiaram de estupro e chamaram a polícia, para quem disseram que havia dilaceração no ânus. "Também foi encontrado sangue com fezes na residência", relatou o tenente Jefferson Jesus. A avó materna da criança, Alinoca da Silva, 39, afirmou que cinco profissionais de saúde, entre médicos e enfermeiros, avaliaram o neto na unidade de atendimento e fizeram a mesma constatação.

O padrasto, que disse que a criança estava defecando e vomitando sangue, foi algemado e levado para o 1º DP como principal suspeito. O exame macroscópico realizado pelo IML, porém, não confirmou o abuso sexual. "A morte se deu em decorrência de trauma, que pode ser acidental ou provocado. Os envolvidos serão ouvidos, mas não dá para afirmar que houve crime", concluiu o delegado titular Victor Vasconcellos Lutti. Segundo ele, foi precipitada a acusação de violência sexual. "Os médicos da UPA também serão convocados a depor". O delegado disse que é procedimento padrão algemar o suspeito como medida de proteção policial. "Ele concordou com tudo e fez todos os exames."

Após prestar depoimento, o padrasto, que ficou 12 horas no 1º DP, foi liberado. "Nunca desconfiei que meu filho era capaz de fazer uma monstruosidade dessas. Ele sempre amou as crianças", desabafou a mãe do acusado, Madalena Pereira, 44.

A esposa de Douglas também não acreditou em abuso sexual. "Ele se preocupava e cuidava dos meus filhos". Aline de Oliveira disse que a criança tinha ido à mesma unidade de atendimento na semana passada porque estava com problemas intestinais. Também contou que tinha anemia falciforme e que caía muito.