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Implosão do Carandiru foi fraudada
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03/06/2007 | 07:10
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A implosão da Casa de Detenção de São Paulo, o Carandiru, foi superfaturada – essa é a conclusão da investigação feita pela Corregedoria-Geral da Administração de São Paulo. O prejuízo aos cofres públicos na obra que transformou em pó o maior presídio da América Latina ainda não foi totalmente calculado, mas a corregedoria já constatou que ele chega pelo menos a R$ 547 mil.

Esse valor se refere somente aos serviços que foram averiguados, pois o órgão corregedor reconhece não ter conhecimento técnico para verificar todos os itens contratados. Ou seja: o rombo pode ser maior. Toda a documentação está com o MPE (Ministério Público Estadual).

A licitação foi feita pela SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) e vencida pela construtora H. Guedes, com um gasto previsto de R$ 7,6 milhões. Estranhando o valor fixado pela SAP, a CPOS (Companhia Paulista de Obras e Serviços) decidiu apurar. Concluiu que o valor estava superfaturado em R$ 3,5 milhões. A direção da CPOS fez uma representação à corregedoria, que passou a investigar o caso. Com a denúncia, o governo decidiu saber quem estava com a razão: a SAP ou a CPOS.

Nesse meio tempo, o contrato foi aditado e seu valor, reduzido para R$ 5,2 milhões. Mesmo assim, segundo a CPOS, o contrato estava superfaturado em R$ 2,9 milhões. Novo aditamento foi feito, e o valor baixou para R$ 3,1 milhões. A implosão saiu em dezembro de 2002, enquanto a apuração da Corregedoria prosseguia.

Após quatro anos, o corregedor José Haroldo Martins Segalla conclui que, mesmo após o saneamento do contrato, a denúncia procedia. Para ele, não houve critério no orçamento da SAP, pois os valores não eram confiáveis. O material chegou à Promotoria de Justiça da Cidadania. O MPE agora vai apurar se a história da Detenção terminou ou não em um crime: improbidade administrativa.




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