Política Titulo Na mesa da EMTU
Filippi propõe assumir terminais para bancar integração

Prefeito de Diadema fala em reformular linhas, construir estruturas e revela debate com Estado

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
20/04/2021 | 00:41
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O prefeito de Diadema, José de Filippi Júnior (PT), antecipou ao Diário que fez a primeira proposta concreta para reverter a cobrança das integrações nos dois terminais da cidade, uma de suas principais promessas de campanha. O petista informou que sugeriu à EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) que transfira ao município a gestão das estações.

A ideia, segundo Filippi, é a de que o Paço assuma os custos, hoje sob responsabilidade da EMTU, com a manutenção e conservação dos terminais Diadema (Centro) e Piraporinha e, em contrapartida, a estatal abriria mão da cobrança pela baldeação, cuja tarifa atualmente está fixada em R$ 1,15. O debate ocorre em momento em que o Palácio dos Bandeirantes encaminha a extinção da EMTU.

“Fizemos essa proposta porque a cobrança da integração nos terminais não cobre os gastos com segurança e limpeza. Por que não nos franqueiam a administração (dos terminais)? Por que não ter essa condição e a gente passa o benefício da gratuidade (da baldeação), tirando as catracas? Eu pago essas despesas”, bancou Filippi.

O chefe do Executivo afirmou que os técnicos da Prefeitura já se reuniram com a EMTU para tratar sobre o tema. O prefeito deixou nas entrelinhas que a estatal não teria visto a proposta com bons olhos, mas deu o tom de como pretende confrontar a EMTU caso nenhuma negociação avance. “Eu senti que existe uma posição (da EMTU), que eu diria que não é racional e não possui necessariamente uma visão comercial. Não vamos nos conformar com isso. É possível um aperfeiçoamento das linhas municipais, temos a ideia de construir outros terminais”, indicou o prefeito.

Atualmente, as linhas municipais da cidade são divididas em dois tipos de itinerários: os circulares, que saem de um dos terminais, passam pelos bairros e voltam à estação de origem; e os ônibus que cortam a cidade de um terminal para o outro. Esse formato obriga o usuário do transporte municipal a acessar necessariamente os terminais da EMTU para utilizar o transporte estadual, no caso os trólebus do Corredor ABD – é aí que entra a integração, ou a novela das catracas. Essa baldeação era gratuita até 2017.

O prefeito não deu detalhes sobre a futura reformulação de linhas, mas, em tese, a estratégia abre caminho para possível esvaziamento dos terminais da EMTU – a estatal também mantém concessões para exploração comercial dentro das estações, a maioria do ramo alimentício. O Paço diademense também indica que pode modificar itinerários, já que o formato atual leva o usuário do transporte municipal a ter de usar os trólebus até para transitar em território diademense.

Por meio de nota, a EMTU não confirmou nem negou que recebeu a proposta citada por Filippi. A estatal se limitou a informar que “encontram-se em avaliação das áreas técnicas da EMTU as questões que envolvem esse tema”. O Diário apurou que o assunto está oficialmente na mesa dos técnicos da EMTU.  




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