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Marta mantém relação Kassab-Pitta; Kassab traz à tona mensalão

Em debate, petista acusou prefeito de ser insensível com os pobres; Kassab afirmou que Marta gasta mal

Do Diário OnLine
25/10/2008 | 00:15
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No último debate do segundo turno das eleições à prefeitura de São Paulo, organizado pela TV Globo na noite de sexta-feira, a candidata Marta Suplicy continou a associar a imagem do candidato Gilberto Kassab ao ex-prefeito Celso Pitta, de quem o atual prefeito era secretário de planejamento, especialmente nas questões relativas a orçamento, como já havia feito nos debates anteriores.

Marta disse que recebeu diversos problemas e dívidas herdados de Kassab e Pitta. "A cidade que eu recebi de você e do Pitta, que acabaram com a cidade (...) a gente não sabia por onde começar", disse.

Em resposta, Kassab associou Marta ao escândalo do mensalão, ocorrido em 2005. "Eu nunca vi você criticar esses seus companheiros do mensalão, e dizer que você se afastou. Eu me afastei do Pitta", retrucou.

A candidata do PT tentou colar ao prefeito em diversas ocasiões uma imagem de falta de sensibilidade para com os humildes. Neste sentido, ela apresentou o texto de uma carta de despejo no Jardim Edith, no qual a prefeitura pede para os moradores deixarem a favela.

Kassab respondeu que quer discutir a cidade como um todo, não por meio de "pegadinhas" em documentos públicos. E listou os seus projetos para a área de habitação.

Por sua vez, o democrata acusa a petista de utilizar mal os recursos públicos. Como exemplos, ele citou gastos em túneis como o da av.Rebouças, o fura-fila "inacabado" e a contratação de assessores em cargos de confiança.

Como resposta, Marta defendeu os túneis, dizendo ser de uma operação urbana necessária à cidade. "Eu não sou como você que deixa os recursos no banco", acusou. E também afirmou que não vê obras sendo licitadas no atual governo.

A ex-prefeita perguntou a Kassab porque ele não construiu nenhum corredor de ônibus em sua gestão. "Pela primeira vez, nós enxergamos a luz no fim do túnel na área de transporte", respondeu. Ele afirmou que não tem a preocupação de colocar nome em placa, e disse que nunca um prefeito investiu tanto no metrô.

A candidata questionou o seu adversário sobre o uso do gerúndio. "Ele sempre diz: estou fazendo, estou governando. Governar não é usar gerúndio", acusou. Kassab retrucou : "Tenho sempre a humildade de apresentar os desafios que estão sendo superados. Eu sou prefeito, ainda estou fazendo, e agradeço por você admitir isso", disse, irônico.

Marta lembrou o fato de um dos assessores de Kassab, Marcelo Eivazian (ex-assessor da subprefeitura, da gestão atual), ter sido preso há três meses acusado de integrar a máfia dos fiscais de camelês. "A máfia dos fiscais voltando a São Paulo", disse.

Em resposta, Kassab disse que afastou o funcionário, enquanto Marta não teria se afastado dos companheiros de "mensalão", chamados de "quadrilha" pelo procurador-geral da República.

Na educação, Marta disse que Kassab fez uma "maldade", ao retirar da creche as crianças com três anos, para encaminha-las às EMEIS, e prometeu um Prouni da criança, por meio do qual a prefeitura compra vagas em escolas particulares para abrigar as crianças. Kassab, por sua vez, disse ter criado 45 mil vagas e prometeu zerar o défict de vagas nas creches na cidade de São Paulo "como prioridade absoluta."

Os recursos federais encaminhados para o programa Reluz, da prefeitura, também foram alvo de polêmica. A petista acusou a atual prefeitura de ter perdido R$ 188 milhões de convênio com o governo federal por falta de projeto. Em contrapartida, Kassab afirmou que os recursos é que não foram liberados.

 




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