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Meu nome é João Estrella
Por Natane Tamasauskas
Do Diário do Grande ABC
20/02/2008 | 07:09
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Ele disse e o Brasil entendeu. O nome dele não é Johnny. É João Guilherme Estrella. Ex-traficante de drogas, ex-detento, personagem de livro e longa-metragem de sucesso, o cantor e compositor lança agora seu primeiro álbum, Meu Nome é João Estrella (EMI, R$ 23,90, em média), nas lojas a partir de sexta-feira.

 

De carona no estrondoso sucesso de Meu Nome Não É Johnny, que, durante as primeiras três semanas de exibição levou aos cinemas mais de um milhão de espectadores, João Estrella é um ‘astro pop’ em início de carreira.
 
“Antes de tudo isso eu já estava trabalhando na produção do disco, mas precisei interromper para ajudar na divulgação do livro e, depois, do filme”, revela o músico, um pouco mais reservado e sério do que o retratado nas telas por Selton Mello.
 
A fita impulsionou a carreira de Estrella. Desde sua liberdade, em 1998, ele trabalhava como produtor musical e compunha. “Este disco tem um período longo de criação. Começou em 1996, enquanto ainda estava no manicômio, até agora”, conta.
 
Em 1995, após ser considerado o maior traficante da Zona Sul carioca e ganhar milhões com a atividade (ele mesmo calcula que, ao todo, gastou cerca de R$ 5 milhões), João foi preso com seis quilos de cocaína e passou dois anos entre a cela da Polícia Federal e a de um manicômio judiciário.
 
Na novela - O álbum com dez canções traz duas compostas ainda dentro da prisão. Tempo Time fala sobre a relação do personagem com o tempo, sua espera e a necessidade da tranqüilidade para garantir sua sobrevivência.
 
O Alvo, mais clara, narra um sonho com assaltos, armas e alguém que passava despercebido. “Embora possa não parecer, se você prestar atenção, estas duas músicas têm uma ligação muito forte com a época em que estive preso”, explica Estrella.
 
Para abrir o disco, o compositor escolheu Madrugada, composta apenas dois dias antes da entrega final do trabalho. A faixa faz parte da trilha sonora da nova novela das sete da Rede Globo, Beleza Pura.
 
Do repertório escolhido para integrar Meu Nome é João Estrella, duas canções são parcerias com André Estrella, seu irmão, e Rodrigo Santos. Uma é regravação de O Patrão Nosso de Cada Dia, do grupo Secos e Molhados. “Eu tocava uma música instrumental que gostava muito. Num momento, encaixei a letra do Secos e Molhados ali. Achei que ficou perfeito!”, lembra o músico.
 
Com o primeiro show marcado para 10 de março em Copacabana, no Rio, João Estrella comemora o lançamento: “Devemos seguir para São Paulo e, se o pessoal gostar, cair na estrada”.
 
Paralelo - Junto com a divulgação de seu novo trabalho, o produtor musical deve continuar a liderar debates em escolas e universidades com o objetivo de informar os jovens sobre as conseqüências de conviver com as drogas.
 

“É uma coisa que eu gosto muito de fazer. Eu continuo aprendendo muito. Os jovens me dão uma abertura muito grande e eu faço com que eles pensem antes de entrar em qualquer encrenca”, diz.




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