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Jornal publica novas fotos de abusos contra iraquianos
Por Do Diário OnLine
Com Agências
06/05/2004 | 12:04
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O jornal Washington Post publicou em sua edição desta quinta-feira uma nova série de fotos mostrando abusos de soldados norte-americanos contra prisioneiros iraquianos. As novas imagens vêm à tona um dia depois do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, aparecer em duas TVs árabes para afirmar que os abusos serão punidos.

As novas imagens estão entre mil fotos digitais armazenadas em CDs, a maioria delas tiradas como recordação pelos soldados americanos no Iraque. Entre as fotografias, também aparecem militares andando em camelos ou diante de mesquitas, segundo o jornal.

Entre as cenas mais polêmicas, está uma em que um soldado puxa, com uma corda, um prisioneiro nu, enquanto o torce no chão. Outra foto mostra um grupo de três ou quatro detentos nus, todos amarrados juntos no chão da parte externa de suas celas. Os soldados americanos andam ao seu redor.

Em algumas imagens digitais, vários prisioneiros aparecem com uma identificação sobre o peito, informa o jornal, que não descarta a possibilidade de que algumas fotos tenham sido posadas.

Outras fotografias mostram um prisioneiro sem roupas, com um manto negro e as costas contra as grades da cela, além de um detento nu com roupas femininas na cabeça e o rosto amarrado a uma cama metálica de tal forma que suas costas ficam arqueadas.

Também existem imagens de soldados simulando atos sexuais entre eles. Outra foto mostra uma vaca sem pele nem tripas ao lado dos soldados, que exibem a cabeça do animal. Dezenas de fotografias mostram uma cabeça de gato degolada, afirma o jornal.

O Washington Post afirma ainda que existem cenas de homens feridos e de corpos. Uma delas permite ver um soldado sorrindo enquanto posa em cima de um cadáver.

As novas revelações de possíveis abusos aumentam ainda mais a pressão sobre o secretário de Defesa norte-americano, Donald Rumsfeld. Criticado pela forma como o governo lida com o assunto, ele foi repreendido particularmente pelo incidente pelo próprio presidente.

A bronca também ganha destaque nas edições desta quinta-feira dos principais jornais norte-americanos. A conversa foi privada mas, segundo as publicações, a divulgação foi autorizada por Bush.

Segundo o Los Angeles Times, a divulgação das divergências entre a Casa Branca é “anormal em um governo conhecido por desencorajar qualquer indício de desacordo” e levanta dúvidas sobre a permanência de Rumsfeld no governo Bush.

O Washington Post, por sua vez, põe ainda mais lenha na fogueira e afirma que os “horríveis abusos” revelados pelas fotos podem ser ligados, pelo menos parcialmente, as decisões e declarações feitas Rumsfeld no contexto da chamada “guerra contra o terrorismo”.

Segundo editorial publicado pelo jornal, Rumsfeld derrubou “décadas de experiências dos militares americanos em lidar com prisioneiros em países estrangeiros” ao declarar que o “Pentágono não restringiria suas ações pela Convenção de Genebra; que as regras do Exército para interrogar prisioneiros não seriam observadas; e que muitos prisioneiros ficariam incomunicáveis e sem direito a nenhum mecanismo independente de revisão de suas penas”.




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