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Paquistão investiga suspeitos de atentado contra ex-premiê
Da AFP
20/10/2007 | 11:39
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A polícia paquistanesa está investigando neste sábado uma lista de suspeitos elaborada pela ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, após o atentado de Karachi (capital do país) que foi cometido na quinta-feira, dia em que ela voltou do exílio.

Bhutto declarou à rede BBC ter transmitido ao presidente Pervez Musharraf os nomes de três suspeitos de estarem envolvidos no atentado suicida, o mais sangrento da história do Paquistão.

O ataque foi cometido perto de um caminhão blindado no qual Bhutto desfilava para comemorar sua volta triunfal ao país depois de oito anos de exílio.

"Transmiti estes nomes ao general Musharraf e um destes suspeitos já estava sendo vigiado", explicou à BBC a mulher que dirigiu o governo do país duas vezes, entre 1988 e 1990 e 1993 e 1996. Ela não revelou os nomes dos suspeitos.

"A investigação está avançando na direção correta, porém mais uma vez evitaremos apontam o dedo contra um e outro, ou inclusive acusar grupos de combatentes islamitas antes de ter certeza disso", afirmou o chefe da polícia de Karachi, Azhar Faruqi.

Vários responsáveis do PPP (Partido do Povo Paquistanês), de Bhutto, afirmaram que a lista contém os nomes de "importantes responsáveis do Exército".

A ex-chefe de governo, que quando tinha 35 anos se tornou a primeira mulher a assumir o poder em uma República Islâmica, garantiu ter recebido advertência sobre os atentados quando ela voltasse ao país.

Suspeitos - Os suspeitos do ataque são células da Al Qaeda, grupos de talibãs, tanto afegãos como paquistaneses, e de uma organização de combatentes integralistas com sede em Karachi.

Bhutto, 54 anos, fugiu do Paquistão em 1999 para não ser processada por malversação de fundos públicos e voltou graças a uma anistia decretada recentemente por Musharraf.

Um dia depois do atentado, a ex-chefe do governo acusou ex-representantes do regime militar do general Zia ul-Haq, que dirigiu o país há mais de 20 anos (1977-1988). Este general foi quem derrubou e ordenou a execução de seu pai, o primeiro-ministro Zulfiqar Alí Bhutto, em 1979.

O general Musharraf, que lidera o país desde um golpe de Estado sem mortes há oito anos, se comprometeu com Bhutto a deter os culpados, mas pediu-lhe que não acuse ninguém sem ter provas.

Na noite do atentado, o marido de Bhutto, acusado de corrupção, acusou a agência dos serviços secretos de inteligência do governo. Mas as forças de ordem continuam investigando o caso.

Na sexta-feira, a polícia disse ter encontrado a cabeça do suposto camicase, que matou 138 pessoas e feriu 300 ao explodir sua bomba.

O atentado não desanimou Bhutto de continuar no país para "restaurar a democracia". Há meses, ela negocia uma aliança com Musharraf para compartilhar o poder após as eleições de janeiro de 2008.




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