O presidente George W. Bush julgou necessária nesta segunda-feira a manutenção do isolamento do Irã porque este país não é "uma força do bem". Ele deixou claro seu desacordo com o presidente afegão Hamid Karzai, para quem Teerã "é uma ajuda e uma solução".

"Por causa das atuações deste governo, este país (o Irã) está isolado e continuaremos a trabalhar para isolá-lo porque não é uma força do bem e como nós podemos ver, eles (os iranianos) têm uma influência desestabilizadora onde quer que estejam", declarou Bush.

O governo americano acusa o Irã de financiar o terrorismo, armar os insurgentes no Iraque e no Afeganistão, e de tentar fabricar a bomba atômica. Em uma entrevista divulgada no domingo pela rede de televisão americana CNN, Karzai considerou que o Irã tinha sido até o momento "uma ajuda e uma solução".

Consultado a propósito, Bush afirmou que está "pronto para escutar" o que o líder afegão tem a dizer. "Mas serei muito prudente sobre o fato de a influência iraniana no Afeganistão ser uma força positiva", acrescentou.

Paquistão - Os dois presidentes consideraram que o Paquistão deveria desempenhar um papel maior no Afeganistão."No dia 9 de agosto, em Cabul, teremos a jirga (assembléia tradicional) Paquistão-Afeganistão. Espero verdadeiramente que esta jirga nos leve onde precisamos", declarou Karzai.

As relações entre o Paquistão e o Afeganistão estão muito tensas em razão da rebelião talibã, que controla grande parte do Afeganistão. As autoridades afegãs acusam as zonas tribais paquistanesas de servirem de base para os insurgentes.

Bush se recusou a descartar a possibilidade de ataques americanos em solo paquistanês se os serviços de informações americanos localizarem líderes da al Qaeda neste país: "Tenho confiança de que com informações verificáveis, faremos justiça com os líderes da al Qaeda".