De olho no transito Titulo
Combustível verde

Lembra dos carros a álcool que nas manhãs frias tínhamos dificuldade para ligar? Isto não ocorre com veículos flex-fuel

Cristina Baddini
20/08/2010 | 00:00
Compartilhar notícia


Lembra dos carros a álcool que nas manhãs frias tínhamos dificuldade para ligar? Isto não ocorre com veículos flex-fuel, equipados que são com sistema de acionamento a gasolina desenvolvido especialmente para eliminar este problema. Esta tecnologia, lançada em 2003, veio para ficar. Atualmente, de cada 100 veículos leves comercializados no País, 88 utilizam a tecnologia. Os demais são versões à gasolina (6,9%) e diesel (4,4%).

São diversas as razões para a popularidade dos veículos flex, diferentemente dos veículos movidos por um único combustível. Os veículos flex oferecem vantagens pela opção da escolha do combustível mais barato, segundo o tipo de dirigibilidade e menor impacto ambiental. A popularidade do veículo flex facilita a revenda no mercado de usados e, consequentemente, resulta em maior valorização.

Estudos recentes mostram que o seu uso pode significar uma redução de até 89% na emissão de gases de efeito estufa, em comparação ao uso da gasolina. Isto se deve pela capacidade que tem a cultura da cana-de-açúcar, de retirar carbono da atmosfera. Em função desta performance, o etanol acaba de ser classificado pela agência norte-americana EPA como um combustível superior e, portanto, merecedor de apoio governamental. Hoje os Estados Unidos consomem cerca de 560 bilhões de litros de etanol por ano, enquanto o Brasil consome aproximadamente 40 bilhões de litros. A coisa boa é que o uso exclusivo de álcool como combustível está concentrado no Brasil. O álcool é utilizado em mistura com gasolina no Brasil, EUA, UE, México, Índia, Argentina, Colômbia e, mais recentemente, no Japão.

A quantidade relativamente pequena de terras utilizadas para o plantio da cana, rebate os argumentos de que a atividade prejudicará a floresta brasileira e a produção de alimentos. Igualmente, o processo de evolução da atividade de exploração já contempla o total aproveitamento dos componentes e resíduos do processo (o líquido para o álcool, o bagaço para a energia com as palhas e restos) permitindo assim que as usinas no Brasil sejam consideradas, em sua maioria, como auto-sustentáveis.

Na área do transporte público, o ônibus a álcool foi testado primeira vez no país na década de 1980, não tendo sido bem sucedido por uma série de fatores, dentre os quais se destacava o alto custo do aditivo lubrificante necessário à operação. Estocolmo, na Suécia, conta hoje com 600 veículos em operação e, a previsão para 2030 é que todos os ônibus da cidade usarão etanol. No momento, no Brasil não há qualquer previsão similar neste sentido, mesmo o Brasil sendo o país mais avançado, do ponto de vista tecnológico, na produção e no uso do etanol como combustível, seguido pelos EUA e, em menor escala, pela Argentina. Casa de ferreiro, espeto de pau!

Bem, vamos às conclusões: se você tiver que escolher entre álcool e gasolina no sue carro, abasteça com álcool, porque no balanço global é a melhor opção ambiental, é produzido no Brasil e costuma ser mais barato que a gasolina.

Mas cuidado! Assim como a gasolina, o álcool também pode ser adulterado e podem ser adicionadas substâncias irregulares em sua composição, como água e álcool anidrido, o que pode causar sérios danos ao seu carro. Fique atento!




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;