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Número de mortos em incêndio no Paraguai passa de 340
Do Diário OnLine
Com Agências
02/08/2004 | 20:53
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O número de mortos no incêndio que destruiu um centro comercial de Assunção neste domingo chegou a 340, de acordo com um balanço parcial divulgado pela polícia paraguaia. Os feridos passam de 300.

O incêndio teria sido provocado pela explosão de um tanque industrial de gás dentro do centro comercial, quando centenas de pessoas estavam no edifício. As portas de emergência estariam trancadas e impediram a saída dos clientes.

Juan Pío Paiva, dono do hipermercado Ycua Bolaños, foi preso a mando do Ministério Público e será acusado de homicídio por supostamente ter mandado fechar as portas do local para que as pessoas não saíssem sem pagar. Ele negou ter dado a ordem. "Isto não é verdade. Todos os que puderam sair o fizeram. É uma tragédia", disse.

O arquiteto responsável pela fiscalização da obra do hipermercado, Humberto González, garantiu nesta segunda que o local contava com duas saídas de emergência, ressaltando que, de acordo com um sobrevivente, a corrida desesperada das vítimas foi o que causou a tragédia.

González disse ainda que a ocorrência de explosões chamou sua atenção. "Isso não faz sentido", avaliou, já que, de acordo com o arquiteto Bernardo Ismachowiez, que elaborou o projeto, "no subsolo não existem materiais de combustão e mesmo os recipientes de gás estão com seu conteúdo intacto".

Segundo Paiva, "o local contava com todas as instalações e equipamentos preparados para este tipo de acidente", que "estavam aprovados pelos respectivos organismos técnicos".

Contradição- Apesar de Paiva ter desmentido que tenha mandado fechar as portas, seu filho Daniel - gerente do estabelecimento - foi denunciado por vários sobreviventes como "quem deu a ordem".

Uma das funcionárias, a caixa Sandra Torres, garantiu que as portas "foram fechadas por ordem do senhor Dani", referindo-se a Daniel Paiva, que foi visto nas imediações durante a tragédia, apesar de seu pai ter dito que ele não se encontrava no local naquele momento.

De acordo com Santiago Velazco, chefe de Relações Públicas da Polícia Nacional, 20 testemunhas afirmaram que os responsáveis pelo hipermercado fecharam com cadeado as portas de entrada e saída, para que ninguém deixasse o local sem pagar e para evitar saques.

O porta-voz do Corpo de Bombeiros Voluntários, Roque González, confirmou que suas equipes encontraram as portas do local fechadas. Ele também contou que um segurança do estabelecimento atirou contra um bombeiro quando este tentou abrir a porta principal, sem atingí-lo.

De acordo com o promotor Rafael Fernández, que não está encarregado do caso, mas decidiu colaborar devido a sua magnitude, os testemunhos reunidos "permitem assegurar" que "as portas foram fechadas".

Fernández apontou ainda a urgência de "pôr atrás das grades" o funcionário da prefeitura de Assunção que autorizou o funcionamento do hipermercado sem ter uma saída de emergência.

A explosão de um tanque de gás na praça de alimentação do supermercado é apontada pelas autoridades como mais provável causa do incêndio. O presidente paraguaio, Nicanor Duarte, decretou luto oficial de três dias no país.




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