Centenas de pessoas e representantes de entidades civis e religiosas relembraram nesta segunda-feira os três anos dos ataques em série contra moradores de rua de São Paulo que, em 2004, resultaram em sete mortes e deixaram oito pessoas gravemente feridas, todas vítimas de golpes violentos na cabeça.

O “Ato pela Vida” - que ocorreu na Praça da Sé, região central da cidade - pediu a apuração dos crimes e o julgamento dos responsáveis. Pela primeira vez, o movimento foi antecedido por uma vigília de 12 horas, iniciada no domingo à noite.

O coordenador da Pastoral do Povo da Rua da Arquidiocese de São Paulo, padre Júlio Lancelotti, dirigiu o ato público nas escadarias da Catedral da Sé.

Participaram da manifestação o arcebispo metropolitano de São Paulo, dom Odilo Pedro Scherer, representantes de outras igrejas e de entidades como o Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana), além de centenas de moradores de rua.

Nas escadarias da catedral foram dispostos sete bonecos de pano cobertos com sacos plásticos pretos, com uma vela e um ramo de flores cada. Uma cruz trazia o nome de cada um dos assassinados. Os manifestantes também levaram faixas e cartazes que pediam justiça e paz.

Seis pessoas, sendo cinco policiais militares, chegaram a ser acusadas pelos ataques de 2004, mas nenhuma está presa. Nenhum julgamento foi realizado e não há punidos.

Há apenas um processo em andamento, que acusa dois policiais militares pela morte da moradora de rua conhecida como Maria Baixinha ou Tia. Ela teria testemunhado o crime, e morreu depois dos ataques.