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Bancários fazem abaixo-assinado contra possíveis demissões do Bradesco

Trabalhadores temem que compra do HSBC provoque dispensas em ambos os bancos

Por Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
05/08/2015 | 07:05
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Denis Maciel/DGABC


Bancários da região iniciaram nesta semana abaixo-assinado cobrando a preservação dos empregos dos funcionários do Bradesco e do HSBC. A categoria pretende entregar o documento às empresas e ao Banco Central ainda neste mês. No Grande ABC, as duas instituições empregam cerca de 1.900 pessoas, divididas em quase 90 agências.

A coleta de assinaturas começou a ser feita nesta semana, depois que o Bradesco anunciou a compra da filial brasileira do HSBC por US$ 5,2 bilhões. O processo de transição entre os dois bancos deve ser concluído até a metade do ano que vem.

“Vamos estender esse abaixo-assinado também para os clientes. A ideia é pegar um número considerável de adesões para sensibilizar os bancos e o governo”, comenta o presidente do Sindicato dos Bancários do ABC, Belmiro Moreira.

Na tarde de ontem, sindicalistas estiveram reunidos com representantes dos dois bancos, que teriam garantido que a transação não acarretará demissões em massa. Independentemente da afirmação dos banqueiros, a categoria irá permanecer atenta, segundo Belmiro. “Nós faremos nossa parte, que é mobilizar os trabalhadores dos dois bancos para que não haja cortes.” Ainda não há previsão de manifestações sobre esse tema no Grande ABC.

Em todo o Brasil, as duas instituições financeiras têm aproximadamente 115,7 mil empregados diretos, 5.521 agências e 32 milhões de clientes.

Com a aquisição, os ativos totais do Bradesco passam de R$ 880,7 bilhões para R$ 1,068 trilhão, fazendo com que a empresa se aproxime do Itaú – que possui R$ 1,2 trilhão e lidera o ranking dos bancos privados no País.

A venda do HSBC Brasil foi anunciada oficialmente ao mercado em junho e faz parte da estratégia do banco de fortalecer a presença na Ásia. A instituição financeira iniciou a operação brasileira em 1997, após adquirir o Bamerindus. A empresa garante que continuará atendendo grandes clientes corporativos no Brasil.

Desde 2008, essa é a quarta grande transação no setor bancário nacional. De lá para cá, houve a fusão do Itaú com o Unibanco e a aquisição do ABN Amro Bank/Real pelo Santander e da Nossa Caixa pelo Banco do Brasil. 




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