As micro e pequenas companhias, 98% do volume de empresas no País e últimas a superarem a crise, vislumbram novo cenário. De acordo com a Serasa Experian, o número de pedidos de falências (106) da categoria em fevereiro foi o menor desde que entrou em vigor a Lei de Falências, em junho de 2005. Antes disso, elas não contavam com o recurso da recuperação judicial.

Este resultado demonstra que a situação dessas empresas é saudável, tendo em vista que o pedido de falência é um mecanismo utilizado quando estão muito endividadas.

Em relação a fevereiro de 2009, o número de pedidos reduziu 8,6%. Para o assessor econômico da Serasa, Carlos Henrique de Almeida, as perspectivas são boas. "Elas têm menos garantias para conseguir créditos, então sofrem mais. Porém a economia nacional está favorável agora e o crédito aumentando", pontua.

Ele explica que as médias companhias também sofreram com a crise e estão em fase de recuperação. "Elas, como as pequenas, não tinham a opção e estrutura, como as grandes, de mudarem o seu foco, como passar a produção do mercado externo para o interno." Esse segmento teve queda de 14,2% nos pedidos de falência (36) no mês passado, contra fevereiro de 2008, quando o registro foi de 42 requisições.

Para o diretor da regional de Santo André do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Shotoku Yamamoto, a oferta de crédito voltou às micro e pequenas indústrias "e as taxas de juros caíram". Isso propiciou melhores condições para o setor e evitou pedidos de falência.